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Depredada dia a dia, casa histórica no Centro "definha" a olhos vistos

Abandono se arrasta há 20 anos e imóvel morre aos poucos na Antônio Maria Coelho com a 13 de Maio

Por Natália Olliver | 08/03/2025 17:15
Depredada dia a dia, casa histórica no Centro "definha" a olhos vistos
Imóvel perdeu mais uma parte da estrutura que definha há 20 anos (Foto: Marcos Maluf)

Sem condições de "parar em pé", a casa histórica no cruzamento das ruas Antônio Maria Coelho com a 13 de Maio, definha aos poucos. O imóvel, que pertenceu à família do ex-vereador Paulo Pedra foi vendida ao pastor Gilberto Martins Reginaldo, que se arrepende da negociação e vê o investimento ser depredado dia a dia.

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A casa histórica do ex-vereador Paulo Pedra, agora propriedade do pastor Gilberto Martins Reginaldo, está em ruínas no cruzamento das ruas Antônio Maria Coelho com a 13 de Maio, em Campo Grande. O imóvel, que já estava condenado, perdeu mais uma parte da estrutura após a queda de uma figueira. O pastor, arrependido da compra, alega que não sabia da situação e atribui o dano a vandalismo e furtos. A casa, construída na década de 1920 e tombada como patrimônio, deveria ter sido restaurada pelo ex-vereador, mas o alto custo de R$ 1 milhão inviabilizou o projeto. Agora, o imóvel está à venda novamente, na esperança de que alguém possa restaurá-lo.

Em janeiro uma figueira caiu na parte da frente e destruiu a fachada. Agora, já não existe mais nada além da parte de trás, lateral e os tijolos no chão.  Laudos em anos anteriores já apontavam qe a deterioração do imóvel era irreversível, sendo condenado para qualquer uso.

Ao Campo Grande News o pastor comenta que o arrependimento é diário por ter comprado o imóvel. Ele alega que não sabia da situação e atribui o dano às pessoas que poderiam ter entrado no local para furtar o resto de janelas e portas que sobraram.

“Ela não tem mais condições de ficar em pé. A figueira danificou muito ela. É um arrependimento total de ter comprado. A gente tem dó da casa. É vandalismo também, caiu a figueira e derrubou a frente, roubaram tudo. Me arrependo. Tentei fazer um projeto social justamente com essas pessoas".

Depredada dia a dia, casa histórica no Centro "definha" a olhos vistos
Árvore que caiu em janeiro, destruiu parte da frente da casa história (Foto: Mário Vilela)

 Gilberto ressalta que foi impedido de restaurar o local devido às regras de imoveis tombados. "São quase 5 anos de problema. Comprei briga de graça. Entrei nesse problema leigamente, sem ter noção. Só queria ajudar. Me arrependo muito. Não queria nos derrubar e que ela tivesse caído”.

Ele acrescenta que todos que passaram pela casa são responsáveis pela situação, que isso não é de hoje, está assim há 20 anos. “Ninguém da igreja mandou fazer isso. A nossa visão é sempre manter o imóvel. Já roubaram o portão, uma janela. Pode ser que demoliram para roubar o que ficou. Isso é muito difícil. Essa casa traz um transtorno  gigante para a gente”.

Entenda o caso - O imóvel foi construído na década de 1920 e foi considerado como patrimônio da cidade após um longo impasse entre o município e o dono da casa. A área foi comprada pela igreja de Gilberto em 2019, o objetivo era usá-la para criar um abrigo para moradores de rua, onde pudessem comer, trocar de roupa e tomar banho.

Depredada dia a dia, casa histórica no Centro "definha" a olhos vistos
Depredada dia a dia, casa histórica no Centro "definha" a olhos vistos
Pastor se arrepende de ter comprado imóvel e diz que só queria ajudar (Foto: Marcos Maluf)

Por se tratar de um imóvel tombado, o proprietário deveria arcar com o restauro. Ignorando decisões judiciais há anos, o ex-vereador deveria ter cumprido a sentença de 2019, que o obrigava a recuperar, sem prejuízo, à arquitetura original.

De acordo com o Ministério Público Estadual, Pedra deveria ter apresentado à então Sectur (Secretaria Municipal de Turismo) o projeto de recuperação da casa abandonada em 2020.

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Casa histórica na Rua Antônio Maria Coelho definha há anos (Foto: Paulo Francis)

Para o pastor Gilberto o empreendimento foi “por água abaixo”  devido ao valor a ser investido para a restauração, R$ 1 milhão. Ninguém conseguiu arcar com isso e o espaço foi colocado novamente à venda em 2024.

Ele ressalta que além de ser caro para recuperar o que foi investido na compra (R$ 420 mil), a venda é uma tentativa de poder arranjar algum empresário ou pessoa que tenha condições e queira restaurar o imóvel aos moldes de um bem tombado.

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Imóvel depredado na região central, em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

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