Desfecho: cavalo é recolhido com suspeita de doença transmissível
Denúncia de leitor do Campo Grande News resultou em atendimento emergencial ao equino em estado grave
Foi recolhido no final da manhã desta quarta-feira (1º) o cavalo malhado com manchas brancas e marrons que estava muito doente no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande.
A suspeita de maus-tratos ao equino foi denunciada por leitor do Campo Grande News, por meio do canal Direto das Ruas, além da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) e ao CCZ (Centro de Controle de Zoonoses).
O animal era de propriedade de um casal de idosos carentes, apresentava secreções pelo nariz, olhos e não conseguia se alimentar. A assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), que responde pelo CCZ, afirmou que uma equipe foi ao local e identificou que o animal estava em fase terminal, com quadro irreversível.
No momento do resgate, ele já estava deitado, visivelmente debilitado. O bicho foi encaminhado ao hospital veterinário da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), que deu apoio para avaliação. Até a tarde de hoje não havia recomendação para eutanásia, embora os profissionais acreditassem que o cavalo não iria resistir.
O delegado da Decat, Maércio Alves Barboza, explicou que o animal estava com suspeita de uma zoonose chamada mormo. “É uma questão de saúde pública. O CCZ recolheu para as providências sanitárias. Nestes casos, as denúncias devem ser feitas para o CCZ e ao Iagro [Agência Estadual de Defesa Sanitária e Vegetal]”, explicou.
O mormo é uma zoonose infectocontagiosa causada pela bactéria Burkholderia mallei que acomete primeiro os equídeos (cavalos, burros e mulas) e pode ser transmitida eventualmente a outros animais e ao ser humano. A doença é transmitida a humanos pelo contato com animais infectados.
No ser humano, os sintomas gerais são febre, dores musculares, dor no peito, rigidez muscular e cefaleia. Pode ainda ocorrer lacrimejamento excessivo, sensibilidade à luz e diarreia. Não há vacina disponível contra a doença. A prevenção envolve a identificação e eutanásia do animal infectado.
