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Capital

Diretor fala pela 1ª vez e diz que reagiu instintivamente a aluno com arma falsa

Ameaçado por aluno de 15 anos, educador comenta que "o papel de cada um precisa ser revisto" nas escolas

Gabriela Couto | 03/04/2023 16:43
Diretor da Escola Estadual Teotônio Vilela, Valter Jerônimo Marques, na Câmara Municipal. (Foto: Juliano Almeida)
Diretor da Escola Estadual Teotônio Vilela, Valter Jerônimo Marques, na Câmara Municipal. (Foto: Juliano Almeida)

Pela primeira vez o diretor da Escola Estadual Teotônio Vilela, Valter Jerônimo Marques, comentou sobre o episódio em que foi ameaçado por um aluno de 15 anos com uma arma falsa, no dia 23 de março. Ele participou da audiência pública na Câmara Municipal sobre os impactos da insegurança nas escolas para os profissionais da educação, nesta segunda-feira (3).

"Fomos parar no noticiário não pelos feitos gloriosos, mas por uma situação de conflito entre dois alunos. Se me perguntarem se eu fiz a coisa certa? Não sei dizer. Agi de forma instintiva”, afirmou Valter.

Ele relembrou que, no dia do episódio, a direção da escola celebrava a aprovação de 40 alunos nas universidades. “Era um dia que era para ser de comemoração. Aquele dia que nós fomos parar na mídia, foi por algo que não representa os 1.925 alunos matriculados”, acrescentou.

O diretor ressaltou que não é pai, mas que trata os alunos como se fossem os filhos dele. “A única coisa que me passou foi a que eu fiz. Disseram que eu fui corajoso. Mas não concordo. Eu fui instintivo”.

Na última sexta-feira (31), ele recorda que o adjunto dele foi desrespeitado por um pai de aluno. “O filho chegou atrasado e o pai foi repreendido. Ele [pai] se incomodou, começou a fazer um escândalo na escola. Precisamos rever o papel de cada um. Estamos passando por uma crise séria de reconhecimento de autoridade”, pontuou.

Relembre o caso – O diretor Valter Jerônimo Marques interferiu em uma briga entre alunos no intervalo entre as aulas, no dia 23 de março. Ele foi ameaçado de morte por um dos estudantes, de apenas 15 anos, que portava uma arma de brinquedo. Parte da confusão foi registrada em vídeo por alguns estudantes.

O boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar cita que o aluno portava uma arma de brinquedo e durante o intervalo brigou com outro estudante. Eles precisaram ser separados e levados para a coordenação.

Contudo, o adolescente de 15 anos saiu correndo para um dos corredores. O diretor foi informado que ele estaria armado e então foi até o aluno, ordenando que se dirigisse à diretoria, momento em que o menor sacou a arma da cintura e fez ameaças de morte.

O diretor conseguiu tirar a arma do adolescente, o pegou pelos braços e levou até a sala da direção. Na presença da secretária da escola, o menor continuou com xingamentos e ameaças, dizendo que iria "furar de bala", era do PCC (Primeiro Comando da Capital) e que o diretor amanheceria morto. O menino vai responder por atos infracionais.

Audiência pública – Durante quase 3h de audiência pública sobre os impactos da insegurança nas escolas para os profissionais da educação várias autoridades, diretores e professores falaram sobre pontos que a Semed (Secretaria Municipal de Educação) precisa melhorar para um ambiente escolar mais seguro.

O proponente do encontro, vereador Professor Juari (PSDB) vai encaminhar a Prefeitura de Campo Grande um ofício com as sugestões da comunidade. “Vamos pedir o retorno da Guarda Municipal nas escolas e solicitar um levantamento socioeconômico e emocional dos alunos. Com base nesses indicadores vamos direcionar as prioridades”, afirmou.

Ele também vai apresentar o Plano de Combate à Violência que foi implantado em Belo Horizonte (MG). “Vou pedir para a prefeita avaliar para ser implantado aqui. A minha parte como proponente é provocar o Executivo da necessidade de melhorias”. Vale acrescentar que não há prazo determinado de resposta do Executivo para o Legislativo nestes casos.

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