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Capital

Dívida da prefeitura com empresa de radares ultrapassa R$ 2,5 milhões

Michel Faustino | 25/07/2016 19:12
Funcionário da empresa anexando aviso no radar que foi coberto com sacos pretos. (Foto: Alcides Neto)
Funcionário da empresa anexando aviso no radar que foi coberto com sacos pretos. (Foto: Alcides Neto)

A dívida da Prefeitura Campo Grande com empresa paranaense Perkons, responsável pela instalação, gerenciamento e manutenção dos radares e lombadas eletrônicas da Capital, ultrapassa R$ 2,5 milhões. O valor é referente ao acumulado dos últimos 11 meses e leva em conta dados sobre o contrato, mas, até o momento, empresa e administração municipal não falaram publicamente em números.

A empresa foi contratada pela administração municipal, por meio de convênio com a Agetran (Agência Municipal de Trânsito), em dezembro de 2010, para implantar e gerir os serviços pelo valor global de R$ 17 milhões. Inicialmente, seriam instalados 88 dispositivos em diversas regiões.

Conforme analisado junto ao Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), é possível verificar que, em 2012, o contrato recebeu dois reajustes em menos de dois meses – 06 março e 10 de abril – fixando o valor total em R$ 23 milhões.

Entre 2013 e 2015, o contrato recebeu ao menos quatro aditivos, sendo o mais recente publicado no dia 27 de janeiro deste ano - retroativo ao dia 05 de dezembro -com prazo de vigência de 12 meses. A publicação é assinada pelo atual chefe da Agetran, Elídio Pinheiro e pelo representante da empresa.

A informação da empresa é de que, atualmente, a Perkons operava em 69 pontos de Campo Grande e estaria sem receber desde  agosto do ano passado o equivalente a 2,5 milhões. Consta no contrato que os valores de cada aparelho variam de R$ 2 mil a R$ 3,2 mil por mês.

Por conta desta situação, a empresa determinou a suspensão gradativa dos serviços que atingiu a totalidade nesta segunda-feira (25). Apenas os radares, de propriedade da Perkons, instalados no Parque dos Poderes e na saída para Sidrolândia, contratados pelo Governo do Estado, estão em funcionamento.

Através de nota, a assessoria de imprensa da empresa, reiterou que nos últimos 11 meses vem cobrando da prefeitura o pagamento pelos serviços prestados e teria comunicado a Agetran por inúmeras vezes sobre a situação.

“O órgão de trânsito foi comunicado através de cartas protocoladas, pois a falta de pagamento vinha causando desequilíbrio contratual, tornando onerosa e inviável a continuidade dos serviços nestas condições”, informou a empresa por meio de nota

Ultimato – No dia 7 de julho, a empresa deu um ultimato à prefeitura, por meio de ofício enviado à Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). “A Agetran foi informada que, caso o pagamento não fosse restabelecido num prazo de 15 dias, não restaria alternativa senão o desligamento dos equipamentos e a paralisação total da prestação dos serviços”. Sem resposta, a meia-noite do sábado (23), a Perkons iniciou a desativação dos equipamentos.

O Campo Grande News tentou contatar, novamente, o diretor-presidente da Agetran, Elídio Pinheiro, mas ele não atendeu nem retornou as ligações.

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