Em 1 mês, 3 agentes são agredidos e categoria pede para se armar
Para os plantonistas, a situação de tensão é reflexo da superlotação na unidade; o presídio tem quase quatro vezes mais presos que a capacidade
Em menos de 30 dias, três agentes penitenciários que atuam nos plantões do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o presídio de segurança máxima de Campo Grande, foram agredidos por presos e registraram ocorrências.
O Campo Grande News apurou que o primeiro caso foi registrado no dia 28 de agosto. O servidor foi atacado com pedrada por um interno que se recusava a sair da cela que, segundo os funcionários, passaria por uma vistoria de rotina.
No dia seguinte, outro detento teria arremessado uma marmitex no rosto de um agente e feito ameaças.
O terceiro caso aconteceu, ainda segundo os funcionários que pediram para ter a identidade preservada, na tarde desta terça-feira (25). O funcionário da guarda de plantão foi ferido com o “chucho”, espécie de faca artesanal, porque se recusava a deixar espaço onde depois servidores encontraram drogas.
Para os plantonistas, a situação de tensão é reflexo da superlotação na unidade. O presídio tem quase quatro vezes mais presos que a capacidade – hoje são 2,4 mil internos, enquanto o estabelecimento penal tem 650 vagas.
Providências - Os casos foram comunicados ao Sinsap-MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul).
De acordo com o presidente da entidade, André Luiz Santiago, um ofício já foi enviado à Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) exigindo providências.
A entidade que representa a categoria pede que a capacitação, regulamentação e ampliação do uso de armas para demais servidores que não integram o Cope (Comando de Operações Penitenciárias), espécie de “tropa de elite” dentre os agentes penitenciários, treinada para agir em situações de maior risco. O Sinsap defende que os servidores possam portar as armas durante os plantões, dentro das unidades penais.
“Não existe segurança para abrir e fechar os pavilhões, fazer as vistorias ou socorrer um preso com problemas de saúde”, afirma o presidente e completa que os servidores estão desprotegidos.
Por meio da assessoria de imprensa, a Agepen informou que não recebeu formalmente relatos de agressões recentes a agentes do presídio de segurança máxima. A agência confirma, contudo, que recebeu um requerimento do Sinsap e que irá analisar as possibilidades de regulamentar o uso de armas pelos servidores dentros das unidades penais.