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Capital

Em velório, família quer explicações sobre morte de mecânico em tobogã

Além da demora no socorro, familiares alegam falta de segurança, poucos servidores e desatenção de funcionário

Por Natália Olliver e Clara Farias | 08/12/2024 12:19
Em velório, família quer explicações sobre morte de mecânico em tobogã
Carlos Henrique em foto publicada nas redes sociais (Foto/Reprodução)

Durante o velório do mecânico, Carlos Henrique dos Santos Saravy, 29 anos, na manhã deste domingo (8), a família exige explicações sobre a morte do homem e alega falta de segurança, poucos servidores e desatenção do salva-vidas no momento da queda.

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A família de Carlos Henrique dos Santos Saravy, 29 anos, que morreu após cair de um tobogã no balneário Reserva Canindé em Campo Grande, questiona a demora no atendimento médico e a falta de segurança no local. Testemunhas relatam que o salva-vidas estava desatento e que o parque possuía poucos funcionários, além da ausência de sinal telefônico e ambulância própria. A empresa responsável pelo balneário afirma ter prestado todo o socorro necessário e lamenta o ocorrido, atribuindo a morte à batida na cabeça sofrida no início da descida do tobogã. A família, no entanto, contesta a versão apresentada e exige explicações sobre a demora no atendimento, que, segundo eles, pode ter contribuído para o óbito.

A vítima morreu após cair de um tobogã no balneário Reserva Canindé nesse sábado (7), em Campo Grande. Os responsáveis pelo espaço de lazer - localizado na BR-262, sentido Terenos - afirmam que prestaram toda ajuda necessária ao rapaz, que teria descido o brinquedo em pé.

Sérgio de Moraes Santos, de 47 anos, é amigo de Carlos e aproveitava o dia no parque com ele, a esposa e a filha, de 6 anos. No momento da queda, o casal estava distante, em bangalô, enquanto Carlos e a filha estavam na água. Ao Campo Grande News, ele explicou que estava em um com a esposa, Ana Caroline Campos, quando a criança chegou pedindo ajuda.

"Ela chegou e falou que ele tinha caído no tobogã e batido a cabeça. Como a gente não tinha entendido a dinâmica, fomos correndo, subimos as escadas para ver onde tinha caído. Como não enxergamos onde era, descemos e avisamos o socorrista, que estava há três metros do tobogã. Ele estava no celular e respondeu 'o que, o que caiu?'”.

Conforme o próprio boletim de ocorrência registrado pela esposa, Carlos estava descendo o brinquedo com a criança, filha do amigo, e depois teria ficado em pé. Ela conta que o marido consumiu cervejas antes de subir no toboágua.

Em velório, família quer explicações sobre morte de mecânico em tobogã
Sérgio de Moraes Santos, amigo de Carlos Henrique (Foto: Paulo Francis)

 Sérgio acompanhou a tentativa de ressuscitação de Carlos enquanto a esposa foi para a portaria pedir para que ligassem para o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), pois o local não possui sinal telefônico, apenas na entrada do parque.

O amigo acrescenta que não tinha nenhum funcionário na parte de cima do brinquedo para orientar ou repreender a atitude de Carlos e que, independente de como a descida tenha acontecido - assim como a família - ele pontua que o rapaz merecia atendimento mais urgente e questiona o motivo de o local não ter ambulância de resgate.

“Quem estava na portaria é o proprietário do clube e tinham pouquíssimos funcionários. Sendo ele, um socorrista e um terceiro. Em dias comuns fica uma pessoa lá em cima autorizando a descida. Neste dia não tinha ninguém. Não era a primeira vez que a gente ia juntos”.

O irmão, João Carlos dos Santos Paravy, pergunta o mesmo que Sérgio. “A gente não quer saber o jeito que ele desceu, se foi em pé ou ponta cabeça. A gente quer saber o porquê não teve socorro imediato. Por que ele desceu em pé, ele não precisava de socorro? A gente não sabe por quanto tempo ele ficou embaixo d'água, quando tiraram ele estava roxo e inchado, com certeza foi mais de 5 minutos. Não tinha ninguém no parque”.

Em velório, família quer explicações sobre morte de mecânico em tobogã
João Carlos dos Santos Paravy, irmão de Carlos (Foto: Paulo Francis)

Nicole Bezerra Vaz, de 27 anos, é cunhada de Carlos, ela acrescenta que o socorrista estava desatento e que vão solicitar as imagens das câmeras para saber quanto tempo demorou para que ele tivesse socorro.

"Como é que o socorrista não viu a vítima caindo? O clube está alegando que foi porque ele bateu com a cabeça, mas acreditamos que foi a demora. A gente não sabe quanto tempo ficou dentro da água e provavelmente se tivesse retirado na hora e tivessem realizado a ressuscitação imediatamente, talvez ele tivesse sobrevivido", diz Nicole.

Familiares também querem saber se esse socorrista é credenciado e se ele estava apto. “O clube deveria ter algum meio de chamar apoio rápido, não faz sentido não ter sinal ou algum outro jeito de chamar socorro, deveria ter pelo menos uma ambulância lá”, comenta.

Em velório, família quer explicações sobre morte de mecânico em tobogã
Sérgio Martins e a esposa, Ana Caroline, durante velório de Cralos (Foto: Paulo Francis)

Empresa - Em nota, os responsáveis pela Reserva Canindé lamentaram a morte do rapaz e informaram que foram feitos todos os procedimentos de socorro para tentar salvar o rapaz e lamentou o ocorrido.

O clube recreativo informou que Carlos escorregou no início do toboágua e bateu a cabeça. Quando chegou na água, foi pego pelo salva-vidas e a equipe do Samu foi chamada.

“Escorregou no início do toboágua, bateu a cabeça e foi pego pelo salva-vidas depois de chegar na água. Foram tomados todos os procedimentos de socorro pelo salva-vidas e acionado o Samu que chegaram mais ou menos em 30 minutos com 2 viaturas. Infelizmente ele veio a óbito. Não sabemos se foi da batida ou afogamento. Sempre tomamos todos os cuidados necessários para que nenhum acidente aconteça. Sentimos muito pelo ocorrido”.

Morte - A vítima foi levada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Santa Mônica e, segundo o Samu, faleceu ainda na viatura. A morte foi constatada por volta das 13h40. A família contesta a hora da morte do rapaz e por que não houve perícia no local.

Em resposta ao Campo Grande News, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que a vítima foi socorrida e, após constatação do óbito pelos profissionais do Samu, foi removida ao necrotério.

“É protocolo do serviço de atendimento médico de urgência já que a vítima estava no veículo. Ainda de acordo com a equipe, a cena do local havia sido descaracterizada durante o atendimento à vítima, que foi removida para um melhor socorro”.

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