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Capital

Empresário foi enterrado vivo, diz polícia; penas podem somar 50 anos

Edivaldo Bitencourt e Bruno Chaves | 15/04/2014 16:51
Delegada mostra cadeira e material usado para enterrar vítima (Foto: Cleber Gellio)
Delegada mostra cadeira e material usado para enterrar vítima (Foto: Cleber Gellio)

O empresário Erlon Peterson Pereira Bernal, 32 anos, foi enterrado vivo em uma fossa de 4,5 metros de profundidade no bairro São Jorge da Lagoa, na saída para Sidrolândia, na Capital. A conclusão é da Polícia, que indiciou a quadrilha acusada do latrocínio por sete crimes, que podem resultar em condenação de aproximadamente 50 anos de prisão.

A conclusão do inquérito policial foi apresentada, na tarde desta terça-feira (15), pela delegada Maria de Lourdes Cano, titular da Defurv (Delegacia de Furto e Roubo de Veículos). Quatro adultos e uma adolescente de 17 anos foram indiciados pela morte de Erlon, ocorrida no dia 1º de abril deste ano.

Conforme a delegada, Thiago Henrique Ribeiro, 21 anos, marcou o encontro com Erlon na rotatória da Avenida Interlagos com a Avenida Gury Marques, no Bairro Doutor Albuquerque, na saída para São Paulo. Em seguida, ele convenceu o empresário a levar o carro até a casa onde ocorreu a emboscada, no bairro São Jorge da Lagoa.

No imóvel, Erlon se encontrou com Rafael Diogo, o Tartaruga, 24, e a adolescente de 17 anos. Ele ficou sentado em uma cadeira amarela, com Rafael do lado direito e a menina no esquerdo. Thiago fez a suposta negociação para comprar o Golf por R$ 38 mil em pé. Em seguida, ele entrou dentro da casa e pegou o revólver.

Thiago usou a lábia para convencer Erlon e o matou com um tiro (Foto: Cleber Gellio)
Thiago usou a lábia para convencer Erlon e o matou com um tiro (Foto: Cleber Gellio)

Ele fez o disparo de surpresa, com Erlon sentado, e o atingiu com o tiro pela nuca, com a bala saindo no olho direito. O empresário inclinou e caiu no chão. Conforme a investigação policial, ele foi arrastado por Rafael e Thiago até a fossa de 4,5 metros. Quando foi jogado dentro do buraco, o empresário ainda estava vivo e agonizava, conforme depoimento dos acusados pelo crime.

Em seguida, eles jogaram entulho, terra, restos de vegetação, peças de roupa de cama e mesa e um puff amarelo para cobrir o corpo e impedir que ele subisse à superfície em caso de chuva. A fossa não tava com a tampa lacrada.

A arma usada no crime foi emprestada por amigo de Thiago, Jefferson dos Santos Souza, que foi indiciado pelo crime de posse irregular de arma de fogo e formação de quadrilha.

O funileiro Ataíde Pereira dos Santos, que pintou o carro roubado de branco, foi indiciado pelo crime de receptação. Ele chegou a ser preso, mas foi liberado após pagar fiança de R$ 2.896. Em depoimento à Polícia, ele negou que soubesse do crime.

Maria de Lourdes conduziu investigação desde o desaparecimento de Erlon (Foto: Cleber Gellio)
Maria de Lourdes conduziu investigação desde o desaparecimento de Erlon (Foto: Cleber Gellio)
Acusados pelo crime podem ser condenados por sete crimes (Foto: Cleber Gellio)
Acusados pelo crime podem ser condenados por sete crimes (Foto: Cleber Gellio)

Thiago, Rafael e a adolescente foram indiciados pelos crimes de roubo qualificado com violência que resultou em morte, concurso de pessoas, restrição da liberdade da vítima, associação criminosa e ocultação de cadáver. Os dois ainda vão responder por corrupção de menores.

Maria de Lourdes estima que a pena dos dois adultos pode superar 50 anos de reclusão em regime fechado.
A menina de 17 anos pode ser condenado até a três anos de internação na Unei (Unidade Educacional de Internação), pena máxima prevista no Eca (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Com a conclusão do inquérito, a Polícia encaminha o caso para o Ministério Público Estadual, que pode denunciá-los à Justiça ou solicitar a complementação da investigação. Como o crime é latrocínio, eles podem ser condenados sem passar por júri popular.

Criminosos vão continuar presos após prisão preventiva ser decretada pela Justiça (Foto: Cleber Gellio)
Criminosos vão continuar presos após prisão preventiva ser decretada pela Justiça (Foto: Cleber Gellio)
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