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Capital

Escolas vão virar quartos para os moradores de rua, com acolhimento 24 horas

Prefeitura elegeu três escolas municipais para reforçar medidas a quem não tem onde se isolar e já começa a montar "quartos"

Jones Mário e Lucas Mamédio | 25/03/2020 10:34
Moradores de rua vão ganhar abrigo, em escolas publicas, para enfrentar o coronavírus. (Foto: Kísie Anoã)
Moradores de rua vão ganhar abrigo, em escolas publicas, para enfrentar o coronavírus. (Foto: Kísie Anoã)

A SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) elaborou plano para acolher e isolar moradores de rua em Campo Grande, como medida de enfrentamento à pandemia do coronavírus. A proposta inclui abordagens 24 horas por dia e uso de três escolas municipais para servir de alojamento.

Pelo plano, ao qual o Campo Grande News teve acesso, as escolas Pe. Tomaz Ghirardelli (Dom Antônio Barbosa), Professor Antonio Lopes Lins (Portal do Caiobá) e Doutor Plínio Barbosa Martins (Jardim das Macaúbas) serão adaptadas para "!acolhimento institucional de moradores de rua, migrantes e estrangeiros". Os espaços foram cedidos pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) e poderão receber 60 pessoas cada.

Os três prédios reforçarão a capacidade de alojamento no município, hoje concentrada no Cetremi (Centro de Triagem do Migrante e População em Situação de Rua), no Jardim Veraneio, e no Centro Dia, situado no Vilas Boas.

O primeiro espaço vai atender os casos que exigem maior cuidado, como dependentes químicos e tem capacidade para  até 60 pessoas. O segundo vai centralizar o recebimento de idosos.

Cada unidade de acolhimento terá equipe com 50 profissionais, como cozinheiros (Foto: Kísie Ainoã)
Cada unidade de acolhimento terá equipe com 50 profissionais, como cozinheiros (Foto: Kísie Ainoã)

Cada um destes pontos de acolhimento contará com pelo menos 50 profissionais, como assistentes sociais, psicólogos, cuidador social, educador, cozinheiro e motorista. A Guarda Municipal vai deslocar efetivo para fazer a segurança.

Os alojamentos ainda terão veículos, bem como materiais de consumo, comunicação, alimentação, higiene e limpeza.

As abordagens nas ruas, conforme plano de ação, serão realizadas ininterruptamente, observando o toque de recolher decretado pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD) no sábado (21), das 22h às 5h.

Trad comentou o plano de ação da SAS. “Nós pegamos várias escolas, as salas de aula nós arrumamos, colocamos como se fosse um quarto”, descreveu, na manhã desta quarta-feira (25), em visita à escola Pe. Tomaz Ghirardelli.

A unidade de ensino vai receber migrantes e imigrantes (homens, mulheres e famílias).

Prefeito Marquinhos Trad foi até uma das escolas orientar sobre plano de ação da SAS (Foto: Kísie Ainoã)
Prefeito Marquinhos Trad foi até uma das escolas orientar sobre plano de ação da SAS (Foto: Kísie Ainoã)

Sensibilização - Servidores do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social) serão responsáveis pelo contato com as pessoas em situação de rua, a fim de estabelecer vínculos e encaminhá-los ao acolhimento.

A intenção é sensibilizar o público sobre o risco social e situação de vulnerabilidade diante do cenário de pandemia. O isolamento é medida recomendada por autoridades para frear o contágio em massa pelo coronavírus e evitar colapso no sistema de saúde.

Ainda em plano, a SAS se compromete a proporcionar transporte até os locais de acolhimento e viabilizar alimentação, banho e higienização.

Coronavírus - Com 22 casos confirmados, Campo Grande está em situação de emergência. No País, em estado de calamidade pública, já são 2.433 casos e 57 mortes identificados pelo ministério da Saúde.

Confira a galeria de imagens:

  • Marquinhos Trad orienta sobre acolhimento em escolas municipais (Foto: Kísie Ainoã)
  • (Foto: Kísie Ainoã)
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