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Capital

Escutas apontam “cartas marcadas” em concurso para médicos do HU

Aline dos Santos | 19/07/2013 10:00
Médicos trabalham em clínica de Dorsa. (Foto: Cleber Gellio)
Médicos trabalham em clínica de Dorsa. (Foto: Cleber Gellio)

Novas escutas da operação Sangue Frio, realizada em março pela PF (Polícia Federal), apontam para suposto favorecimento de médicos em concursos para trabalhar no HU (Hospital Universitário) de Campo Grande. Então diretor do hospital, José Carlos Dorsa Vieira Ponte é suspeito de garantir a nomeação de “apadrinhados”.

As denúncias foram divulgadas nesta sexta-feira pelo jornal Bom Dia MS, da TV Morena. O diálogo é entre Dorsa e Alcides do Nascimento.

Dorsa: Vou passar aqui nessa GRH (Gerência de Recursos Humanos) para checar quais os nomes que foram mandados convocar, viu?
Alcides: É tudo transferência?
Dorsa: Não. Convocação do concurso. Já foi hoje para a reitoria, mas foram seis nomes. Eu vou passar para ver quais foram, para ver se não estão ludibriando a gente. Tá?
Alcides: Lógico!

No dia 8 de agosto de 2012, foi publicado edital homologando o resultado do concurso. Os aprovados foram os médicos Amanda Ferreira Carli Benfatti, Jandir Ferreira Gomes Júnior e Ronaldo Perches Queiroz. No mesmo período, Ronaldo era diretor do HR (Hospital Regional) Rosa Pedrossian e da Funsau (Fundação de Serviços de Saúde). Ele foi dispensado neste mês, após divulgação de escutas telefônicas.

Todos os médicos trabalham na clínica Cardiomed, junto com Dorsa. Também foram aprovador Henrique Silva Mariano, que prestava serviços no Hospital de Câncer, e Thiago Franchi Nunes, filho da então diretora da Secretaria de Saúde de Campo Grande, Maria Anizia Franchi. Thiago relatou que também foi aprovado em outros concursos e cumpre o contrato.

Em junho de 2012, Dorsa revelou que o processo eleitoral para reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) tinha carta marcada. A reitora Célia Mária foi reconduzida ao cargo.

Dorsa: Essa eleição, lá no HU, esse pessoal, a ralé, você vai ver, se ganhar, vai ganhar apertado, viu!
Homem: É mesmo?
Dorsa: Você acredita?
Homem: Aí o negócio (candidatos) vai lá para brasília e lá é que escolhe, né?
Dorsa: É, Brasília já está escolhido, né? Brasília já está tudo acertado. Não tem estresse.
Homem: Então, pode ficar até em terceiro, né?

Dorsa: Não, mas não pode. Tem que ficar em primeiro. Porque agora a política é essa, tem que ficar em primeiro. Mas lá em Brasília já tá tudo certo, não tem “pobrema” (sic).

A operação Sangue Frio investiga a Máfia do Câncer, grupo que teria desmontado o atendimento em oncologia na rede pública para monopólio do setor privado.

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