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Capital

Ex-comandante da PM flagrado em extorsão vai usar tornozeleira por mais 6 meses

A Justiça aceitou pedido da promotoria, que destacou ameaça às vítimas

Aline dos Santos | 04/12/2021 11:10
José Ivan (à direita) está desde maio com monitoramento eletrônico. (Foto: Marcos Maluf)
José Ivan (à direita) está desde maio com monitoramento eletrônico. (Foto: Marcos Maluf)

A Justiça prorrogou por mais seis meses (180 dias) o monitoramento com tornozeleira eletrônica do ex-comandante da PM (Polícia Militar) e ex-deputado estadual, coronel José Ivan de Almeida. O oficial chegou a ser preso em 26 de maio, num flagrante de extorsão.

A decisão para estender o prazo de monitoramento é da juíza da 3ª Vara Criminal de Campo Grande, Eucélia Moreira Cassal, e foi anexada na tarde de ontem (dia 3) ao processo.

“Ressalto que os fatos noticiados são graves, já que os autuados teriam ameaçado as vítimas, para que fosse realizado o pagamento de uma dívida”, informa a magistrada.

O pedido para manter a tornozeleira eletrônica partiu do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). “A liberação dos agentes pode prejudicar a investigação e colocar em risco a vida vitima, sendo necessária, ainda, que fiquem submetidos ao acompanhamento do Estado, até porque, nada faz supor que os investigados colaborarão com as investigações policiais e aguardarão inerte a instrução processual”, afirma o promotor Rogério Augusto Calábria de Araújo.

A defesa de José Ivan solicitou que o monitoramento eletrônico chegasse ao fim e destacou que a promotoria não indicou nenhum elemento concreto que justificasse a continuidade do uso da tornozeleira. “Data vênia, o MP não indica nenhum elemento concreto que leve a supor que o ora investigado, José Ivan de Almeida, vá atentar contra a instrução penal ou contra a vida das supostas vítimas”, afirma o advogado Ronaldo Franco.

Na mesma decisão, a juíza também prorrogou por mais 180 dias o uso da tornozeleira para o ex-policial civil Reginaldo Freitas Rodrigues, que não apresentou defesa. O prazo é contado a partir de 27 de novembro.

O caso - Reginaldo e José Ivan de Almeida foram presos no portão da casa de um empresário, no Bairro Amambaí, em Campo Grande. O homem denunciou ser vítima de extorsão e que a dupla atuava em nome de Patrick Samuel Georges Issa.

A ação foi acompanhada à distância por policiais. A vítima, um engenheiro de 46 anos, era compelida a entregar a caminhonete que estava na garagem para os “cobradores”.

Na sequência, Patrick Issa foi preso em seu escritório no Bairro Chácara Cachoeira.  Ele é sobrinho de Fahd Jamil, mais conhecido como Rei da Fronteira e preso na operação Omertà.

As vítimas, que são sócias em empresa do ramo de hidráulica, relatam que a dívida de R$ 80 mil saltou para R$ 281 mil, além de já terem pagos R$ 150 mil. Os três citados negam o crime de extorsão  e estão em liberdade.

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