Família tenta levantar R$ 1,8 milhão para tratar câncer agressivo de pai
Alexandre tem um linfoma agressivo que não responde às quimioterapias convencionais e precisa de tratamento nos Estados Unidos
A bicicleta foi a salvação de Alexandre Francisco de Oliveira, de 37 anos, esposo e pai de três filhos, quando há cerca de um ano resolveu pedalar para ir ao trabalho. Mesmo sem fazer o trajeto de bike todos os dias e sem fazer dieta, ele emagreceu 7 kg em um mês, o que acendeu uma luz de alerta para a esposa Patrícia Delamare Cardoso de Oliveira, de 35 anos, que é enfermeira. O diagnóstico foi um câncer de tratamento difícil e de custo elevado: R$ 1,8 milhão.
“Ele emagreceu de maneira estranha, ficou com o rosto e os braços finos, mas com abdômen inchado. Ficou pálido, tinha uma febre inexplicável e ficava muito cansado. Até achei que era depressão”, descreve Patrícia. A enfermeira conta que certo dia ele pediu para ela tocar a região e perguntou: “Que órgão é esse?”
“Eu senti uma massa e todo quebra cabeça montou na minha cabeça, mas não queria acreditar”, disse. Depois de uma consulta, o médico considerou que poderia ser um linfoma, o que foi confirmado pela biópsia. O diagnóstico foi Linfoma Não Hodgkin Difuso de Grandes Células B, um nome esquisito para um tipo de câncer com difícil tratamento. “Dos piores é o melhor de se tratar”, define Patrícia.
Afinal, a tentativa de melhorar a saúde com a atividade física foi o que possibilitou a descoberta do linfoma. Segundo os médicos é possível que a doença tenha se iniciado dois anos antes.
Alexandre passou por ciclos de quimioterapia. O primeiro deles, reduziu o linfoma de 18 cm para 8 cm, mas não o suficiente para transplante da medula óssea. O médico optou para medicamentos mais agressivos para outro ciclo. “Para nossa surpresa, parece que a quimioterapia virou vitamina, aumentou tudo”, relata a esposa.
Foi um baque para a família, inclusive para Alexandre, que sempre tenta manter a tranquilidade. “Sempre há uma expectativa de melhora. Passei por dois procedimentos de quimioterapia que não deram resultado esperado. Mesmo ajoelhando e rezando, criei uma expectativa, mas acabei me frustrando”, conta Alexandre.
O próximo passo foi consultar médicos em São Paulo e dois profissionais indicaram um tratamento específico, chamado Car-T Cell, que é realizado nos Estados Unidos, mas custa R$ 1,8 milhão. “É um valor surreal”, comenta Patrícia.
Longe de esperar e muito menos desistir, a esposa teve a ideia de pedir ajuda. “Em Campo Grande tem quase 1 milhão de pessoas. Se metade da população der 1 ou 2 reais. E no Rio Grande do Sul, se a gente conseguir divulgar lá, a gente consegue”, diz ela. Alexandre é gaúcho e tem familiares naquele estado.
“Comecei a ver possibilidade de acontecer. É melhor do que ficar pensando no que poderia ter feito, melhor fazer do que não saber. Se for sucesso a campanha, se sobrar,
se o Brasil todo ajudar, a gente pode trazer a tecnologia para o país”, declara Patrícia, reconhecendo porém que isso pode ser um sonho. “Tantas pessoas e crianças com linfoma e leucemia precisando, sendo que cura já existe cura. Pesquisei bastante sobre isso”, afirma ela.
Até o momento a família já conseguiu R$ 9.730,00, com doações de 121 pessoas, em cerca de 24 horas depois de ter lançado o financiamento coletivo. “Estamos emocionados com a ajuda. As pessoas estão nos procurando”, diz Patrícia. “Foi rápido, repercutiu bastante. Isso me deixou animado e feliz. Nos faz acreditar que a fé conta. Estou grato a todos que estão ligando e estão envolvidos”, afirma Alexandre.
Mas o caminho para chegar ao objetivo dos R$ 1,8 milhão ainda é longo. Quem desejar ajudar pode fazer pelo site de financiamento coletivo ou por depósito na conta poupança do Banco do Brasil, agência: 48-5, número: 51061-0, CPF: 000.977.611-76, em nome de Patrícia D C Oliveira. Mais informações podem ser obtidas via email: juntospelogaucho@gmail.com