Após morte cerebral de adolescente, família autoriza doação e salva 4 vidas
Òrgãos de menino de 13 anos saíram de Mato Grosso do Sul para transplantes em São Paulo e Distrito Federal
RESUMO
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Gabriel Barrios Pereira, de 13 anos, faleceu após um acidente de moto em Iguatemi, Mato Grosso do Sul. Em um gesto de generosidade, sua família decidiu doar quatro órgãos, incluindo o coração, rins e córneas, que foram transportados para pacientes em diferentes estados. A captação ocorreu no Hospital da Vida de Dourados, com apoio logístico da Força Aérea Brasileira para garantir o transporte rápido dos órgãos. A coordenadora da Organização de Procura de Órgãos destacou a nobreza da família e espera que o caso inspire mais doações. A decisão foi tomada em um momento de luto, reforçando a importância da autorização familiar, conforme previsto na legislação brasileira. O ato de Gabriel e sua família trouxe esperança e felicidade a outras famílias em situação crítica.
Gabriel Barrios Pereira partiu cedo, aos 13 anos, vítima de um acidente de moto em Iguatemi. Por decisão da família, a memória do adolescente vai permanecer viva de um jeito muito especial: a doação de quatro órgãos. "É um gesto muito lindo, tem outras famílias felizes neste momento", declarou Lucelia Machado, prima de Gabriel. Ainda abalados, outros integrantes da família não comentaram.
A captação foi realizada nesta quinta-feira (10), no Hospital da Vida de Dourados. Ludelça Dorneles, coordenadora da OPO (Organização de Procura de Órgãos) na instituição, diz que os órgãos já viajaram para encontrar seus receptores.

O coração vai salvar a vida de paciente do Distrito Federal. Um rim ficou para morador de Mato Grosso do Sul e o outro rim, além das córneas (tecidos), foram levados para São Paulo.
A própria coordenadora ficou tocada com o gesto de humanidade. "Família linda, de uma nobreza sem limites", falou.
Gabriel sofreu o acidente na quarta-feira (9), na área rural. De acordo com jornal Dourados News, ele colidiu a motocicleta que pilotava contra uma árvore.
Critérios - As duas regras principais para a captação foram cumpridas no caso. A primeira é que os órgãos estejam saudáveis e que haja confirmação de morte cerebral do doador. A segunda, ainda difícil de ser atendida, é autorização expressa da família em luto.
Ludelça espera que a divulgação do ato de amor ao próximo inspire outras famílias e contribua para aumentar a taxa de aceite à doação. A decisão precisa ser tomada num momento de tristeza, e nem sempre é favorável.
Vale destacar que declarações ou documentos que o doador tenha deixado em vida não têm validade sem a autorização final dos familiares. O critério é previsto na Lei Federal nº 10.211, de 23 de março de 2001.
Aeroporto - A captação só foi possível porque houve regularização das duas cabeceiras da pista do Aeroporto Regional Francisco de Matos Pereira, de Dourados, pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e liberação para pousos e decolagens de aeronaves de grande porte.

Segundo divulgou a assessoria de imprensa da prefeitura, a captação de órgãos estava interrompida desde 2021, quando o terminal foi interditado para reformas.
Órgãos como coração e pulmão precisam ser transplantados em até quatro horas após a retirada, por isso, a logística contou com o apoio da FAB (Força Aérea Brasileira). Avião pousou no Aeroporto de Dourados para transportar o coração de Gabriel até Brasília e entregá-lo a equipe do Incor (Instituto do Coração).
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