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Capital

"Só restava ajudar", diz família sobre doação após morte de padrasto e enteado

O jardineiro Antônio Medina, de 59 anos, morreu após reconhecer o corpo do enteado encontrado em córrego

Por Ana Beatriz Rodrigues e Gabi Cenciarelli | 07/01/2025 13:59
"Só restava ajudar", diz família sobre doação após morte de padrasto e enteado
Antonio Medina, de 59 anos, morreu no domingo (5) após morte cerebral (Foto: Paulo Francis)

Antônio Medina, de 59 anos, foi velado na tarde desta terça-feira (7), numa cerimônia simples, com cerca de 10 pessoas, no Cemitério do Cruzeiro, na Avenida Coronel Antonino, em Campo Grande. Foi o segundo enterro na mesma família em menos de uma semana, resultado de história trágica que começou à beira do Córrego Lagoa, na última sexta-feira (3).

Em entrevista ao Campo Grande News, a sobrinha do jardineiro, Leidiana Ortiz, de 31 anos, contou que todos ainda estão em choque. Antônio teve três paradas cardíacas após identificar o corpo do enteado, Henrique Pena, de 42 anos, encontrado morto no córrego.

Leidiana contou que os dois moravam juntos há cerca de dez anos. “Meu tio não tinha filhos, então tinha o Henrique como um! Já fazia uns 15 dias que estávamos procurando ele, aí quando chegou a notícia para ir reconhecer, a mulher do meu tio não podia porque ela estava com problema no braço, então ele foi. Mas acabou não aguentando, foi um choque”, contou.

Ainda em entrevista, a sobrinha disse que a família acreditava que Antônio iria sair bem dessa, apesar das imagens fortes de reanimação do jardineiro ainda no local, durante meia hora. Socorrido pelos bombeiros, ele deixou o lugar intubado.

“Achamos que ele ia aguentar, sair bem, e voltar para casa, mas infelizmente não voltou”, lamentou a sobrinha, única com condições de falar durante o velório no início da tarde de hoje.

"Meu tio era uma pessoa boa demais, sempre ligava para contar a piada da semana e chamava a gente para ir à casa dele. Agora o que vai ficar só as lembranças boas, até porque não tinha nenhuma ruim", finalizou.

"Só restava ajudar", diz família sobre doação após morte de padrasto e enteado
Leidiana Ortiz, de 31 anos, durnate o velório do tio na tarde de hoje (7) (Foto: Gabi Cenciarelli)

Mas a tragédia em dose dupla não endureceu a família, que resolveu autorizar a doação de órgãos do jardineiro. “Doamos para conseguir ajudar outra família, né? Já tivemos duas perdas, agora só nos restava ajudar alguém”, explicou Leidiana.

Os órgãos, rins, figado e córneas, foram doados para cinco pessoas que moram em MS, no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais. Antônio teve morte cerebral constatada na noite de domingo (5), no Hospital Regional.

Sobre a morte de Henrique, o motivo ainda é investigado. Ele deixou a clínica onde estava internado em dezembro e duas semanas depois o corpo foi localizado no córrego, na altura do bairro Tijuca.

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"Só restava ajudar", diz família sobre doação após morte de padrasto e enteado
Bombeiros socorrem jardineiro que sofreu infarto após reconhecer corpo. (Foto: Paulo Francis)


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