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Capital

Famílias do Mandela recebem primeira leva de cestas arrecadadas pelo TRT

Servidores da Justiça do Trabalho coletaram mais de 7 toneladas de alimentos, que serão entregues até julho

Adriel Mattos e Mirian Machado | 26/06/2022 09:08
Mais de 300 cestas foram montadas, que ainda darão para nova doação. (Fotos: Paulo Francis)
Mais de 300 cestas foram montadas, que ainda darão para nova doação. (Fotos: Paulo Francis)

O TRT24 (Tribunal Regional Federal da 24ª Região) iniciou neste domingo (26) a distribuição de 7,2 toneladas de alimentos arrecadados pelo servidores. As cestas foram entregues às famílias da favela do Mandela, em Campo Grande.

Os próprios servidores montaram as 351 cestas, sendo que 200 foram entregues hoje. A campanha Corregedoria Solidária escolheu a comunidade do Mandela por considerá-la a mais vulnerável da Capital.

O presidente do TRT, desembargador André Oliveira, conta que a iniciativa atraiu uma empresa. “Essa campanha arrecadou durante todo o mês de junho. O frigorífico JBS soube da ação e doou 2 toneladas de frango”, disse.

A líder comunitária Greiciele Nayara Argila, 27 anos, comemorou que a ação vai ajudar todas as famílias. “Não recebemos muitas doações, e quando vem, não chega para todo mundo. Dessa vez, todos vão receber”, afirma. São 174 famílias na comunidade, reunindo 420 pessoas, sendo 220 crianças.

Outras 14 famílias da comunidade da Portelinha foram beneficiadas. As cestas restantes serão distribuídas no próximo mês. “É muito difícil a situação porque muitos não conseguem trabalhar, ou pela quantidade de filhos ou por preconceito”, lamenta Greiciele.

É o caso de Nelson Igor dos Santos, 25, que está desempregado. Ele mora com a esposa - que trabalha como auxiliar de serviços gerais - e os filhos de 4 e 5 anos. “Trabalhava como repositor, mas não consigo outro por causa do peso. Essa cesta vai aliviar muito, porque os alimentos estão muito caros”, pontuou.

Evelyn Gamarra, 25, que trabalha com serviços gerais, foi outra beneficiada com a cesta. Recentemente, ela perdeu tudo o que tinha após o barraco onde morava com os filhos de 3, 6 e 9 anos pegar fogo.

“Está muito difícil, porque tudo sobe e o salário não”, lamenta Roranildo.
“Está muito difícil, porque tudo sobe e o salário não”, lamenta Roranildo.

“Estou morando com minha sogra e reerguendo o barraco aos poucos. A cesta vai ajudar muito, porque está tudo muito caro”, ressaltou.

O alívio nas despesas também foi celebrado pelo pedreiro Roranildo Oliveira, 50 anos. Ele mora sozinho e mora na comunidade após ter que abrir mão de uma casa devido ao preço alto do aluguel.

“Está muito difícil, porque tudo sobe e o salário não. Tive que vir para cá porque não dava conta mais de pagar aluguel. Eu sou autônomo, um dia tem dinheiro, outro não”, comentou.

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