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Capital

Finados com menos restrições leva a cemitério quem visita túmulos há 5 décadas

Estimativa é que até o fim deste 2 de novembro, 29 mil passem pelos três cemitérios públicos da Capital

Anahi Zurutuza e Dayene Paz | 02/11/2021 08:35
Pedro Batista de Oliveira, de 82 anos, chegou cedo ao Santo Amaro para orar pelas filhas, que morreram recém-nascidas (Foto: Paulo Francis)
Pedro Batista de Oliveira, de 82 anos, chegou cedo ao Santo Amaro para orar pelas filhas, que morreram recém-nascidas (Foto: Paulo Francis)

Em Dia de Finados com menos restrições e muita gente vacinada contra a covid, doença de levou o luto para a vida de muitas famílias de forma repentina, levou de volta ao Cemitério Santo Amaro até quem mantém ritual de visitar túmulos há 5 décadas. A expectativa é que pelo menos 29 mil pessoas passem pelos três cemitérios públicos de Campo Grande até o fim do dia.

Pedro Batista de Oliveira, de 82 anos, chegou cedo ao Santo Amaro para limpar e consertar o túmulo das filhas, Lisangela e Maria, que morreram recém-nascidas. Morador do Bairro José Abrão, ele afirma que sempre visita as meninas, não só no Dia de Finados, mas no ano passado, diante do alto risco de contrair o coronavírus, evitou a tradição, por causa da aglomeração.

Viúvo duas vezes, Pedro afirma que o 2 de novembro é dia de recolhimento e reflexão. “Faço uma oração. É um momento de emoção e lembrança”.

Patrícia Harumi Ueno, 30 anos, foi ao cemitério com os pais e as filhas (Foto: Paulo Francis)
Patrícia Harumi Ueno, 30 anos, foi ao cemitério com os pais e as filhas (Foto: Paulo Francis)

A família da enfermeira Patrícia Harumi Ueno, 30 anos, também decidiu retomar rito que teve de ser deixado de lado em 2020. Acompanhada dos pais e das duas filhas, de 6 e 9 anos, ela foi o Santo Amaro para visitar a sepultura da tia e dos bisavós. “Todo ano a gente vem, mas ano passado não pudemos vir por conta da pandemia. Agora está mais tranquilo, trouxemos as crianças”.

Jorcelina Rocha, 47 anos, foi ver o pai, que morreu há 3 anos, mas diz não deixar de se lembrar daqueles que partiram prematuramente do ano passado para cá. “É muito triste, não só pelos nossos, mas também pelos que foram tão cedo vítimas da covid”.

Túmulo da mnina Fátima recebe visitantes (Foto: Paulo Francis)
Túmulo da mnina Fátima recebe visitantes (Foto: Paulo Francis)

Santa Fátima – No Santo Amaro, além da tradição da visita aos entes queridos, como em todos os anos, velas e orações também são direcionadas à menina Fátima Aparecida Vieira, que morreu queimada aos 7 anos

O túmulo da criança, pintado de branco e rosa, é ponto de visitação. O mausoléu tem três jarros cheios d’água, que segundo a crença, tem poder de cura, porque vem de mina descoberta próximo à cova pouco tempo depois que a menina foi enterrada, em 1979. Os visitantes entregam flores para Fátima e enchem garrafinha com a água “milagrosa”.

Movimento é intenso no Santo Amaro nesta manhã (Foto: Paulo Francis)
Movimento é intenso no Santo Amaro nesta manhã (Foto: Paulo Francis)

Movimentação – A movimentação era grande no Santo Amaro, o maior cemitério da Capital, nesta manhã, mas não houve tumulto. Em frente ao local, a Guarda Civil Metropolitana e a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) faziam o controle do trânsito e fluxo de pessoas.

Marcello Fonseca, gestor dos cemitérios municipais, afirma que em relação ao ano passado, a expectativa é que o movimento seja 50% maior. O Santo Amaro está preparado para receber 15 mil visitantes – estimativa de público entre sábado e o fim do dia de hoje –, enquanto 12 mil devem passar pelo Cemitério São Sebastião (do Cruzeiro) e 2,5 mil pelo Santo Antônio. “As pessoas estão mais confiantes porque a maior parte está vacinada, o Estado tem um índice muito bom de vacinação”.

Em frente ao Cemitério Santo Amaro, ambulantes fazem renda extra com flores e velas (Foto: Paulo Francis)
Em frente ao Cemitério Santo Amaro, ambulantes fazem renda extra com flores e velas (Foto: Paulo Francis)


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