Foragido da Omertà vivia em apartamento alugado a uma quadra da praia
Thyago Machado Abdul Ahad, morto em troca de tiros, vivia em imóvel no Bairro Ingleses, em Florianópolis
Foragido da Operação Omertà, Thyago Machado Abdul Ahad vivia em apartamento a uma quadra da Praia dos Ingleses, destino turístico famoso em Florianópolis (SC). Ele quase não saía de casa e estava sendo monitorado pela polícia. Nesta manhã, foi abordado por equipe do CORE (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais) da Polícia Civil de Santa Catarina, reagiu e acabou morto, conforme informado por policiais à imprensa da cidade do litoral catarinense.
O imóvel, em condomínio localizado na Rua Gaivotas, próximo a rotatória com a Rua Martinho de Haro, foi alugado em nome de outra pessoa, conforme apurou o Campo Grande News.
Com medo de se envolver com a situação, pessoa responsável por alugar o apartamento preferiu não conversar com o Campo Grande News. Disse apenas que alugou para um cliente, que não era Thyago, e este inquilino emprestou o apartamento para “outras pessoas”.
No Bairro Ingleses, os aluguéis custam entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil mensais, também apurou a reportagem.
Abdul Ahad era procurado pela força-tarefa que investiga execuções em Mato Grosso do Sul desde a terceira fase da Omertà, realizada em julho do ano passado. Antes disso, ele já era foragido da justiça sul-mato-grossense por assassinato durante briga Ponta Porã.
Natural de Ponta Porã, ele é da família de Fahd Jamil e Flavio Correia Jamil Georges, o “Flavinho”, ambos também investigados pela Ormertà. Thyago é apontado como um dos pistoleiros do grupo de extermínio liderado pelos parentes da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Juntos, os três respondem a dois processos oriundos da força-tarefa.
Nas investigações foi relacionado também como ex-pistoleiro de Jorge Rafaat Toumani, que foi executado em 2016, além de possível executor de Orlando Fernandes, conhecido como Bomba, e Cláudio Rodrigues de Souza, o Meia-Água, morto em São Paulo.
Em Campo Grande, as buscas por Abdul Ahad resultaram na abordagem a Flavio Correia Jamil Georges, em abril de 2019. Na data, a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) recebeu informações de que Thyago estava em Campo Grande com a mesma caminhonete que circulava em Pedro Juan Caballero.
A denúncia levou as equipes até uma padaria, onde foram parados “Flavinho” e outros três homens. O episódio, segundo depoimento feito à Justiça, levou a remoção do delegado responsável pela delegacia Carlos Delano e revelou a influência dos investigados na operação dentro da polícia do Estado.