Funsat amanhece de novo com fila gigante de desempregados
Pessoas começaram a chegar às 19h de ontem para tentar senha e fazer cadastro
Mais uma vez a Funsat (Fundação Social do Trabalho), na Rua 14 de Julho, centro de Campo Grande, amanheceu com uma fila gigante de pessoas desempregadas em busca de uma oportunidade. Hoje é o último dia para cadastro reserva no Primt (Programa de Inclusão ao Mercado de Trabalho), antigo Proinc. A informação circulou ontem e muita gente chegou a partir das 19h.
Katiusci Rodrigues, de 35 anos, desempregada há mais de 2 anos, soube da inscrição ontem, no CRAS das Moreninhas, e chegou às 19h30, a primeira da fila, trazendo cadeira e cobertor para enfrentar a noite. Ela contou à reportagem que na sequencia começaram a chegar muitas pessoas, formando uma fila que pode superior a 150 candidatos. Katiusci revelou que atuou por último como revisora de produtos e, agora, com filhos adolescentes, viu a oportunidade de ter um emprego formal.
Logo depois dela, Fátima Assis, de 47 anos, chegou à fila, também desempregada há dois anos. Ela tinha ido ontem cedo, mas chegou tarde e não conseguiu uma das 100 senhas para cadastro. Fátima revelou estar esperançosa, contando que a filha já conseguiu trabalhar no projeto, que seleciona pessoas para serviços gerais, como cuidado de praça, roçada e limpeza de prédios públicos.
Amanda Silva, 22 anos, desempregada há 1 ano foi pra fila com a bebê de quatro meses e precisou da ajuda da sogra para permanecer tantas horas ali, na rua. Revelou estar confiante por uma vaga que está disponível no ginásio poliesportivo do bairro, Vida Nova. Amanda disse suspeitar que pessoas tenham furado fila, o que pode prejudicar a oportunidade. Ela disse que fez a contagem quando chegou e estava no número 92, acreditando que esta manhã já estava a uma posição superior às 100 senhas. O número, aliás, não é certo. Entre os integrantes da fila havia também a informação de que neste último dia seriam cadastradas somente 80 pessoas.
O programa da prefeitura paga bolsa-auxílio mensal de R$ 1.412 (salário mínimo); alimentação; uma cesta básica mensal; e transporte para o local de trabalho. Ele atende pessoas desempregadas há mais de seis meses e residentes na cidade há pelo menos um ano.