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Capital

Greve acaba, mas Solurb diz que não tem combustível para retomar coleta

Ricardo Campos Jr. e Juliana Brum | 18/09/2015 13:00
Solurb, sindicato e TRT se reuniram para tentar conciliar fim da greve (Foto: Juliana Brum)
Solurb, sindicato e TRT se reuniram para tentar conciliar fim da greve (Foto: Juliana Brum)

O dinheiro depositado em juízo pelo município será repassado aos funcionários da Solurb, dando fim à greve na coleta de lixo que completa dez dias nesta sexta-feira (18). O Sindicato dos Trabalhadores em Asseio e Conservação sinalizou que uma assembleia deve ser realizada ainda hoje para que a categoria volte à rotina a partir das 19h30. A concessionária, entretanto, afirma que pode faltar combustível para que os caminhões percorram toda a cidade.

A categoria, a empresa e o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) se reuniram pela manhã na tentativa de conciliação. O MPT (Ministério Público do Trabalho) havia entrado com duas ações, uma para acabar com a paralisação e outra para forçar a companhia a cumprir a folha de pagamento.

Lucas Dolzan, irmão de Luciano Dolzan, cujo sogro João Amorim é investigado nas operações Coffee Break e Lama Asfáltica, participou da reunião e aparentou não ter ficado satisfeito com o resultado. Ele disse que existem outras questões além dos salários e entrou em contradição quanto ao valor necessário para resolver todos os problemas da empresa e retomar a coleta sem empecilhos.

Inicialmente ele disse que seriam necessários R$ 11 milhões, mas foi questionado pelo coordenador do Núcleo de Conciliação do TRT e vice-presidente do órgão, desembargador João de Deus Gomes de Souza, se o diesel usado nos caminhões realmente custaria tanto. Diante do impasse, Dolzan mudou a resposta e disse parte desse valor, R$ 7 milhões, já seria suficiente.

Além da falta do combustível, conforme o empresário, 35 dos 50 veículos da companhia não podem sair às ruas porque estão com o leasing atrasado. Durante a reunião, ele afirmou que não há como retomar os trabalhos, porém, ao final, disse que “a Solurb vai fazer a coleta a partir do imediato retorno dos funcionários sem medir esforços, mas não depende só de nós”.

A Justiça pediu que a concessionária envie a lista com os nomes dos funcionários e os dados bancários para distribuir entre eles o R$ 1.578.900 depositado pelo município. Para garantir que nos próximos meses a categoria receba em dia, Souza irá requerer que todos os meses a quantia seja entregue em conta judicial.

Imundície – A greve começou no dia 8 de setembro, quando os funcionários decidiram cruzar os braços por conta dos salários atrasados. A companhia joga a culpa na prefeitura, dizendo que o último repasse feito pelo município foi referente aos serviços executados em maio, restando as coletas de junho, julho e agosto pendentes.

Enquanto isso, Bernal condena o movimento dizendo que o contrato prevê um prazo de 90 dias de atraso em qualquer parcela antes que a suspensão no serviço seja justificada. O valor referente a junho, o mais atrasado, nesse caso, poderia ser quitado até o fim desse mês.

A Solurb contesta e diz que o prefeito está interpretando o artigo da forma como lhe convém e, em nota encaminhada à imprensa, o compara com as contas de água e luz, dizendo que se a população atrasa alguns dias já corre o risco de ter os fornecimentos suspensos.

Diante do impasse, o caso foi parar na Justiça, que emitiu liminares obrigando a concessionária a retomar os trabalhos pelo menos em hospitais e determinando, inclusive, o pagamento aos funcionários. Porém, a empresa entrou com recurso para tentar reverter a decisão e a greve continua.

População começará a se ver livre do lixo acumulado nas ruas a partir das 19h30, garante sindicato (Foto: Fernando Antunes)
População começará a se ver livre do lixo acumulado nas ruas a partir das 19h30, garante sindicato (Foto: Fernando Antunes)
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