Greve dos bancários atinge 82% das agências e clientes já prevêem o pior

A greve dos bancários, que começou a três dias úteis em todo país, continua causando transtornos para muitos clientes na Capital. Impossibilitados de realizarem certas transações, os clientes tentam encontrar alternativas para evitar as conseqüências negativas da paralisação. Das 100 agências bancárias na Capital, 82 já aderiram a greve.

“Eu tenho feito tudo pelo caixa eletrônico. Por enquanto não tive problema. Mas já estou me preparando para o começo do mês. Tenho contas que não vou conseguir pagar na lotérica ou em farmácias. São valores acima de R$ 1 mil. Já estou tentando negociar, estou dando um jeito para não pagar por causa da greve”, disse a professora Sandra Silva, 59 anos.

De acordo com o Sindicato dos Bancários, 87 agências bancárias já aderiram à greve em Mato Grosso do Sul, sendo 82 delas na Capital, o que representa 82% das unidades em Campo Grande.

Apesar das luzes apagadas e portas fechadas, funcionários terceirizados continuam trabalhando nas agências. Na CEF (Caixa Econômica Federal), funcionários que auxiliam no auto-atendimento e orientam os clientes seguem atendendo.

“Ainda tem muita gente que chega querendo entrar no banco”, disse Marciane Ferreira, 21 anos. Segundo ela, gerentes também não podem cessar o atendimento. “Os gerente tem que continuar atendendo”, garantiu Marciane.

Segundo a presidente do Sindicato dos Bancários, Iaci Azamor, a adesão à greve é mais bem aceita em bancos públicos, onde não existe risco de demissão.

Nos caixas eletrônicos de todas as agências o movimento tem sido grande. “Hoje a gente consegue fazer muita coisa pelo caixa. Senão fosse isso, seria desastroso”, disse Marcia Moretti, 46 anos, pedagoga.

Por conta disso, Iaci ressalta que os caixas eletrônicos podem começar a ficar sem dinheiro na próxima semana. Sacar ou depositar valores acima dos limites são operações que não estão sendo feitas, como pedir a segunda via do cartão ou atualizar o cadastro.

Hoje à tarde, bancários devem se reunir com funcionários dos Correios, em uma manifestação, no centro de Campo Grande.