Greve parcial prejudica aulas e pais duvidam de qualidade da reposição
Apesar de ser parcial, a greve na Reme (Rede Municipal de Ensino) ainda causa transtornos para os estudantes em Campo Grande. Além do incômodo de levar as crianças apenas para assistir algumas aulas, os pais questionam a qualidade da reposição das aulas, que vem acontecendo durante a semana e aos sábados.
Um exemplo desta realidade é o desabafo da mãe da aluno do segundo ano do ensino fundamental, que reclamou do dia da reposição na Escola Municipal Danda Nunes, no Bairro Vivendas do Bosque. "Os professores já estão repondo as aulas perdidas durante a greve, mas a única chatice é ter que trazer as crianças aos sábados", declarou Maria Madalena.
Na Escola Danda Nunes apenas um professor mantém a greve. O restante já voltou às salas de aulas normalmente, segundo funcionários.
Segundo o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Geraldo Gonçalves, a greve continua parcialmente em 51 escolas e 44 escolas funcionam normalmente.
Na Escola Elpídio Reis, no Bairro Mata do Jacinto, os pais destacaram que mesmo com a reposição de aulas o aprendizado não é o mesmo. Esta é a opinião da supervisora de serviços gerais, Fátima Brasil, que citou o problema da filha, que está com problemas na alfabetização. A menina estava começando a pegar o ritmo, quando houve a greve e voltou a estaca zero.
A mecânica de moto Maxlaine Moito, 35 anos, destacou que a reposição prejudica o descanso e o lazer dos pais e das crianças com as aulas aos sábados. "Vamos ver como será a reposição e se eles manterão, porque os horários ainda estão incertos" declarou Maxlaine.
O pai Fábio Barbosa confirmou que, certamente, os mais de 60 dias sem aula prejudicaram o aprendizado. "As crianças não reprovarão este ano, mas vão passar? Aprenderam o que? Com qual qualidade será tais aprovações?" indagou Barbosa, que deixou o filho de 13 anos na escola.
Na Escola Municipal Consulesa Margarida Maksoud, o mural exibe o calendário de aulas com a greve. Algumas turmas possuem aulas em horários e dias alternados.
A doméstica Rejane Cunha, 34 anos, declarou que fica a dúvida sobre a eficácia das reposições. "A greve prejudicou e muito os alunos, eu mesmo fico na dúvida de quando irá repor de verdade as aulas. Aqui, as crianças também estão saindo mais tarde" explicou Rejane.
Os pais também contaram que o calendário do final do ano é uma incógnita. "Só por Deus esta greve, que prejudicou todos os nossos planos das férias de final de ano. Agora não sei como vai ficar, já até desmarquei nossa viagem em família por conta das aulas de reposição das crianças," falou Cunha.
A reportagem do Campo Grande News procurou a assessoria da Semed (Secretaria Municipal de Educação), que não informou quantas escolas estão em greve e quantas estão funcionando sem problemas.