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Capital

Greve prejudica vacinação e prefeitura anuncia "mutirão" para zerar demanda

Alan Diógenes | 26/06/2015 17:16
Vacinação é um dos setores mais prejudicados. (Foto: Marcos Ermínio)
Vacinação é um dos setores mais prejudicados. (Foto: Marcos Ermínio)

A demanda de usuários que precisam se imunizar contra a gripe, ou mesmo atualizar o cartão de vacinas, aumenta gradativamente nos postos de saúde de Campo Grande, devido a greve de enfermeiros, que já dura sete dias. Para diminuir a demanda, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) irá promover um “mutirão” no final de semana.

Na maioria dos postos de saúde, quem procura pelo procedimento acaba retornando para casa porque não há enfermeiros para fazer a aplicação. Conforme a Sesau, amanhã (27) e domingo (28), quatro enfermeiros estarão atendendo das 7 às 11h e das 14 às 17 horas de forma emergencial, apenas nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) dos Bairros Coronel Antonino e Tiradentes.

“Serão enfermeiros que não aderiram a greve. Para organizar a vacinação entregaremos senhas, de acordo com a demanda de usuários. Só farão parte da vacinação, o grupo de risco, ou seja crianças, idosos e gestantes”, comunicou a assessoria da secretaria.

O secretário municipal de Saúde, Jamal Salem, afirmou que a prefeitura não possui condições de fazer o reajuste de 8,5% dos salários, conforme solicitado pela categoria. Ele pede que os enfermeiros aguardem por dois meses para começar a negociar com o Executivo. “Este não é o momento de fazerem greve por causa da crise que enfrenta todo o país”, comentou.

A dona de casa Glauce Aparecida Rodrigues Delgado, 39 anos, já foi duas vezes no UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Tiradentes, sem conseguir tomar a injeção para amenizar as dores renais. “Simplesmente não somos atendidos, falam para a gente acompanhar as notícias sobre a greve”, destacou.

Mãe não conseguiu atendimento para filho que cortou boca. (Foto: Marcos Ermínio)
Mãe não conseguiu atendimento para filho que cortou boca. (Foto: Marcos Ermínio)
Glauce não conseguiu tomar injeção para dores renais. (Foto: Marcos Ermínio)
Glauce não conseguiu tomar injeção para dores renais. (Foto: Marcos Ermínio)

E não é soa vacinação que está prejudicada pela falta de enfermeiros. A ala de curativos também está parada. A dona de casa Leila da Cruz, 26, levou o filho de 2 anos ao posto fazer um sutura na boca por causa de um corte. “Falaram para retornar a noite que vai ter um enfermeiro de plantão.

Patricia Santana, 36, levou a filha de 18 anos ao posto. A jovem estava com febre alta. “Faz mais de uma hora que estou esperando apenas para passar pela triagem. Já existe demora nos dias normais, imagina agora com essa greve”, mencionou.

A diarista Márcia de Souza Ojeda, 34, também não conseguiu ter a consulta de um dentista. “Não tem enfermeiros para auxiliar o dentista e ninguém está sendo atendido. A greve está prejudicando é muito a população”, finalizou.

Um enfermeiro da unidade, que pediu para não ser identificado, disse que a orientação é pedir aos usuários que aguardem o posicionamento da Sesau. Ele afirma que a categoria ainda está em greve porque o prefeito Gilmar Olarte (PP) não “quer” conversar com os enfermeiros e dar uma proposta. “Nós temos procurado mas ele nunca nos atende. Sem falar que ainda ameaça cortar mais benefícios nossos se não encerrarmos a greve”, finalizou.

A informação foi confirmada pelo representante da Comissão do Comando de Greve dos Trabalhadores Públicos em Enfermagem da Prefeitura Municipal, Hederson Fritz. “Nosso objetivo não é prejudicar a população, só queremos conversar com ele e saber qual proposta irá nos dar, independente de qual for. Recorremos aos vereadores e agora aguardamos uma posição”, argumentou.

Usuários se deparam com placas informativas nas portas dos postos. (Foto: Marcos Ermínio)
Usuários se deparam com placas informativas nas portas dos postos. (Foto: Marcos Ermínio)
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