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Capital

Guarda preso com arsenal trabalhava também como segurança particular

Conforme testemunhas, Marcelo Rios, agora preso preventivamente, trabalhava para empresário da Capital

Geisy Garnes | 21/05/2019 11:36
Armas apreendidas com Marcelo Rios (Foto: Clayton Neves)
Armas apreendidas com Marcelo Rios (Foto: Clayton Neves)

O guarda municipal Marcelo Rios, preso no domingo (19) com um arsenal de guerra em Campo Grande, trabalhava como segurança particular de um empresário da Capital. Conforme a polícia, ele era o responsável por transporte das armas que podem ter sido usadas em pelo menos três execuções em Campo Grande.

No flagrante, a mulher de Marcelo Rios, que também é guarda municipal e estava na casa durante fiscalização da polícia, foi ouvida e relatou que nas folgas o marido trabalhava como segurança particular na casa do empresário e também de motorista da família.

À polícia, ela contou que Marcelo estava em Bonito com a família, mas que a viagem foi interrompida por uma mensagem do “trabalho de segurança particular”. O casal voltou para Campo Grande na manhã de domingo (19) e, horas depois, o guarda foi preso no cruzamento da Avenida Eduardo Elias Zahran com Rua Rodolfo José Pinho, no Jardim São Bento.

Para a polícia, ela afirmou ainda que há alguns meses o marido contou que o filho do empresário perguntou a ele se gostaria de ganhar uma casa. Na data, Marcelo passou em frente ao imóvel e apontou a residência à mulher, que pediu para ele não aceitar a oferta.

Tempo depois, ele voltou a tocar no assunto, desta vez, alegando que estava negociando uma casa na mesma região, do bairro Monte Líbano, mas negou que fosse a mesma oferecida pelo chefe. Durante os últimos seis meses, o mesmo imóvel foi frequentado por Marcelo, a mulher, a ex-mulher e os filhos, em algumas ocasiões, como churrascos e banhos de piscina.

Para a família, o guarda contava duas versões sobre o local: que estava apenas cuidando para o verdadeiro proprietário e que aguardava “arrumar as coisas” para se mudar para lá. Depois de preso, se negou a prestar depoimento à polícia e não esclareceu a verdade sobre a relação dele com o imóvel no Monte Líbano, onde também foram encontradas as armas.

Rua bloqueada no meio da tarde para operação policial (Foto: Direto das Ruas)
Rua bloqueada no meio da tarde para operação policial (Foto: Direto das Ruas)

O flagrante – Marcelo virou alvo de equipes do Garras e do Batalhão de Choque da Polícia Militar após denúncias. Depois de encontrarem um carregador de pistola com capacidade para 30 munições com o suspeito, as equipes foram a três endereços ligados a ele e encontraram arsenal de guerra na residência do Bairro Monte Líbano.

As investigações do Garras apontaram ainda que as armas foram deixadas na casa por uma terceira pessoas, que supostamente teria trabalhado junto com Marcelo no mês passado. O arsenal estava guardado em um banheiro e também em um baú trancado com cadeado. A chave foi encontrada dentro do carro de Marcelo.

Um Fiat Uno foi apreendido na casa da ex-mulher do guarda que, segundo a polícia, foi roubado no Mato Grosso. Já as armas apreendidas tinham indícios de terem sido usadas nos “homicídios e fuzilamentos” em Campo Grande.

Na casa, os policias aprenderam fuzis Ak, mesmo armamento usado nos assassinatos do chefe da segurança da Assembleia Legislativa, o subtenente Ilson Martins Figueiredo, Orlando Silva Fernandes, o “Bomba” e Matheus Coutinho Xavier, filho de um capitão reformado da Polícia Militar.

Ao Campo Grande News, o delegado Fábio Peró, titular do Garras, afirmou que as armas apreendidas vão passar por exame de comparação balística, que vai confirmar se os tiros que mataram as três vítimas saíram dos fuzis encontrados com Marcelo Rios. A polícia ainda investiga a ligação com a morte de Marcel Costa Hernandes Colombo, o “Playboy da Mansão”.

Arsenal foi encontrado pela polícia na Rua José Luiz Pereira (Foto: Divulgação)
Arsenal foi encontrado pela polícia na Rua José Luiz Pereira (Foto: Divulgação)

Apreensão – Na casa, localizada na Rua José Luiz Pereira, foram apreendidas dois fuzis modelo AK 47 calibre 76, quatro fuzis calibre 556, uma espingarda calibre 12, uma espingarda calibre 22, 17 pistolas, um revólver calibre 357 e várias munições (15 calibre 762, 392 calibre 762/39 – de AK 47 – 152 calibre 556, 115 calibre 12, 539 munições calibre 9 mm, 37 calibre .40 e 12 calibre 45).

Todas as armas estavam em municiadas e prontas para uso. Além disso, foram encontrados silenciadores, lunetas, e bloqueadores de sinal eletromagnético. O aparelho, conforme investigações, tem a capacidade de bloquear o sinal das tornozeleiras eletrônicas.

Marcelo passou por audiência de custódia na manhã desta terça-feira (21) e teve a prisão preventiva decretada pela justiça por posse ou porte de arma de uso restrito e receptação.

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