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Capital

Homem que matou irmã asfixiada fica em silêncio durante júri de feminicídio

Mulher foi assassinada e depois irmão fez cova em quintal, onde escondeu corpo

Dayene Paz e Bruna Marques | 08/03/2023 10:26
Antônio durante júri na manhã desta quarta-feira, em Campo Grande. (Foto: Bruna Marques)
Antônio durante júri na manhã desta quarta-feira, em Campo Grande. (Foto: Bruna Marques)

Antônio Benites, de 38 anos, conhecido como "Ninho", entrou mudo e saiu calado do júri que enfrenta nesta quarta-feira (8), em Campo Grande. Ele é réu por matar a irmã, Patrícia Benites Servian, de 31 anos, no dia 27 de maio do ano passado, na residência da família, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande.

Acusado por feminicídio, em frente aos jurados e do juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Antônio preferiu ficar calado. Contudo, já havia confessado o crime na época da prisão e também em juízo, durante a audiência do caso.

Conforme a investigação policial, Patrícia foi asfixiada até a morte pelo próprio irmão na casa onde vivia, no cruzamento das ruas Dalva de Oliveira com Francisco da Silva, no Bairro Tiradentes. O homem chegou a cavar uma cova no quintal para enterrar a irmã.

O crime ocorreu na madrugada de sexta-feira, 27 de maio, mas o caso só veio à tona no final da tarde do mesmo dia, depois que familiares invadiram a residência ao notar o sumiço da mulher. Antônio saiu correndo após ser descoberto e foi preso três dias por um policial militar que havia acabado de sair do plantão. Ele seguia pelo anel viário, próximo ao pontilhão da saída para Três Lagoas.

Levado para a delegacia, Benites alegou que estava bebendo com a irmã, quando tiveram uma discussão e entraram em luta. Foi quando ele deu um golpe mata-leão na vítima. "Ela desmaiou e, a princípio, ele imaginou que seria apenas um desmaio, mas depois, percebeu que ela não tinha sinais vitais, então levou o corpo até o fundo da casa e colocou um lençol sobre", revelou a delegada Elaine Benicasa, à época da prisão.

Ao ser descoberto pelos familiares, que notaram o sumiço de Patrícia, Antônio conseguiu fugir e, com uma tesoura, retirou a tornozeleira eletrônica que utilizava em razão de outro crime. Familiares afirmam que Antônio assassinou Patrícia na frente dos dois filhos dela, de 3 e 5 anos, no entanto, ele alega que os menores estavam dormindo.

À polícia, Antônio não demonstrou arrependimento. Ele foi diagnosticado por perícia psicológica como psicopata em janeiro de 2019, conforme laudo anexado em processo que ele respondeu por estupro.

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