Intérprete de libras é presa em operação contra atos antidemocráticos
No total, são 8 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF
A intérprete de libras Soraia de Mendonça Bacciotti, de 48 anos, foi presa em Campo Grande na operação Lesa Pátria, deflagrada pela PF (Polícia Federal) na manhã desta sexta-feira (20). A ação é contra integrantes e financiadores dos atos antidemocráticos ocorridos na Capital Federal, no dia 8 de janeiro, que resultaram na depredação dos prédios do STF (Supremo Tribunal Federal), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Soraia aparece em postagens nas redes sociais como apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A reportagem apurou que Soraia está na superintendência prestando depoimento. A assessoria de imprensa da PF em Brasília, responsável pela operação, não confirmou a prisão. A reportagem procurou o advogado que já representou Soraia, porém não conseguiu contato. O Campo Grande News também tentou falar com a intérprete, mas o celular dela está desligado.
Ela foi intérprete durante a campanha de Renan Contar, o Capitão Contar (PRTB), para o governo do Estado. Antes de ficar conhecida como a intérprete “Ruiva do Contar”, Soraia se formou em Pedagogia e fez cursos de Turismo e Gastronomia. Atualmente, fazia especialização em Educação com ênfase em surdez.
Segundo os sites nacionais, até às 7h30, além de Soraia, já haviam sido presos Ramiro Alves da Rocha Cruz Júnior, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros, Randolfo Antônio Dias e Renan Silva Sena.
No total, são 8 mandados de prisão preventiva e 16 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF para serem cumpridos em Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Conforme a PF, as investigações continuam em curso e a Operação Lesa Pátria se torna permanente, com atualizações periódicas acerca do número de mandados judiciais expedidos, pessoas capturadas e foragidas.
Preventiva - Três dos 12 sul-mato-grossenses presos em Brasília tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventivas por decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. A medida, segundo os autos, foi referendada pelo plenário, nesta quarta-feira (18).
O processo, que corre em segredo de Justiça, envolve bolsonaristas de todo o País, sendo que 140 deles seguem encarcerados e outros 60 foram liberados mediante medidas cautelares. A expectativa da Corte é de que 1.459 casos sejam avaliados. As atas das audiências de custódia foram entregues a Moraes na última terça-feira (17).