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Capital

Jovem é condenado a 20 anos e 6 meses por morte de prostituta

Fabiano Arruda e Nadyenka Castro | 06/05/2011 15:55

Sentença foi proferida nesta sexta-feira

Condenado a mais de 20 anos, Leonardo ainda não pode ser preso por conta de habeas corpus preventivo. (Foto: João Garrigó)
Condenado a mais de 20 anos, Leonardo ainda não pode ser preso por conta de habeas corpus preventivo. (Foto: João Garrigó)

Leonardo Leite Cardoso, de 29 anos, foi condenado, nesta sexta-feira, a 20 anos e seis meses de prisão, em regime fechado, pelo assassinato da garota de programa Claudinéia Rodrigues, morta há dois anos.

A condenação, proferida no júri popular, levou em conta as três qualificadoras do crime: motivo torpe, recurso que impossibilitou a defesa da vítima e a surpresa.

Do total da pena, 18 anos e seis meses são referentes ao homicídio e dois por ocultação de cadáver.

Mesmo tendo sido condenado a mais de duas décadas de prisão, Leonardo, o terceiro acusado no caso, ainda não vai preso porque está amparado por um habeas corpus preventivo, dado pelo TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) em setembro do ano passado, quando ele foi solto após ter ficado 15 meses na cadeia.

Agora, o mandato de prisão contra ele só pode ser expedido após todos os mecanismos jurídicos serem esgotados. A decisão vai para o TJ, que vai analisar a sentença. Em caso de confirmação da pena, a defesa ainda pode recorrer ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O juiz Aluísio Pereira dos Santos criticou a forma da disposição do processo devido à lei penal. Admitiu que leva-se muito tempo para esgotar os recursos e que, normalmente, o “réu foge” neste tempo, em que não sofre restrição de liberdade por não cumprir pena.

Julgamento - A alegação da defesa foi que Leonardo era inimputável, apresentava problemas mentais e, por isso, não sabia o que estava fazendo. A acusação rebateu o argumento e afirmou que ele é imputável.

Com os meios utilizados para a agressão, socos, pontapés, pedras e tijoladas, o juiz Aluísio Pereira dos Santos considerou que “isso revela a nítida intenção de matar a vítima”.

No cálculo da condenação, o magistrado levou em consideração os laudos psiquiátricos que concluíram que Leonardo tem “personalidade agressiva e caráter social normal”.

Sobre o tempo de pena, o magistrado considerou que a decisão não foi exagerada. Comparou ainda com o caso de José Aparecido Bispo, condenado a 26 anos de prisão pelo envolvimento na morte de Dudu. Neste caso, o TJ manteve a decisão, salientou o juiz.

O julgamento de Leonardo Leite Cardoso havia sido adiado por quatro vezes. Dos outros dois acusados no crime, Fernando Pereira Verone foi condenado, mas está em liberdade pelo mesmo motivo que Leonardo. O outro envolvido, Hugo Pereira da Silva , foi absolvido.

Promotor Douglas Oldergado descreve brutalidade do crime.
Promotor Douglas Oldergado descreve brutalidade do crime.

Brutalidade - Hoje pela manhã, nas primeiras horas de julgamento, o promotor Douglas Oldergado dos Santos utilizou uma pedra de três quilos para ilustrar aos jurados a brutalidade do crime.

Leonardo culpou o amigo Fernando Pereira Verone pelo assassinato. Para o promotor, ambos participaram.

Com voz embargada e lágrimas, o promotor relatou aos jurados detalhes do crime. Ele lembrou que Claudinéia tinha 1m55 de altura e foi morta a chutes e pedradas por homens de quase dois metros.

A pedra apresentada aos jurados tinha resquícios de sangue da vítima. Conforme o promotor, a perícia aponta que a jovem foi deixada ainda viva no local, pois tinha marcas de sangue de ambos os lados, indicando que ela se mexeu.

O promotor relatou que Hugo Pereira da Silva permaneceu no carro, enquanto Leonardo e Fernando agrediam a vítima. Eles só pararam quando viram a luz de uma kombi. O trio saiu do local, próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande, de carro. A roda quebrou e eles chamaram um mecânico.

Neste instante, Hugo teria ido embora e os outros dois voltaram ao ponto onde deixaram a vítima. Conforme a denúncia, eles jogaram o corpo para dentro do mato. Leonardo assistiu impassível à acusação do promotor, que durou 1h30.

Aos jurados, o promotor afirmou que um dos filhos de Claudinéia teve que pôr no caixão a carta que fez na escola para o Dia das Mães.

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