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Capital

Laudo confirma que menina de 11 anos foi estuprada antes de ser assassinada

Conhecida como "Estrelinha", menina foi violentada e assassinada em dezembro do ano passado

Dayene Paz | 07/02/2023 10:25
Maykon Araujo Pereira, 31, ao sair da DEPCA, onde foi interrogado. (Foto: Paulo Francis)
Maykon Araujo Pereira, 31, ao sair da DEPCA, onde foi interrogado. (Foto: Paulo Francis)

Após quase dois meses, saiu o laudo necroscópico feito em uma criança de 11 anos, assassinada no dia 11 de dezembro do ano passado, no Bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande. O laudo confirma que a menina foi estuprada antes de ser morta por Maykon Araujo Pereira, 31 anos, preso no dia seguinte ao crime.

Apesar do assassino ter confessado a violência sexual, alegando que estava bêbado, a PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul) aguardava a confirmação do exame, segundo a delegada Anne Karine Sanches Trevizan, titular da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

Maykon Araujo contou que saiu de casa por volta das 11h30 de domingo e foi para um bar. No caminho, teria se encontrado com a mãe da vítima, que o convidou para ir até a casa dela “mais tarde”. Ele era cliente da mulher de 39 anos e afirma que pagou para fazer programas sexuais com ela por seis vezes.

Ele já havia ido até a casa da mãe da menina em outra ocasião para usar drogas e disse que conhecia a garotinha, porque sempre que chegava à residência, ela saía com os irmãos para que a mãe pudesse fazer sexo com ele.

Ainda no interrogatório, disse não se lembrar que horas chegou a casa onde cometeu o crime. Havia bebido muito e decidiu entrar pelos fundos do imóvel, porque “a porta estava aberta”. Narra ainda que a criança se assustou e começou a gritar. Segundo ele, por isso, deu um soco no rosto da menina, ela caiu e continuou gritando. “Bati nela”. Depois, a estuprou.

O acusado disse que trabalha como serígrafo (na área da construção civil), que acorda todos os dias às 5h e justificou que lavou as roupas que usava quando matou a garotinha porque precisava usá-las para trabalhar. Disse que as roupas estavam sujas de barro e que se molhou durante chuva.

A mãe da menina admitiu para a polícia que se prostituía, mas negou que atendesse clientes em casa. Também confirmou que o corredor e os fundos da casa eram usados como biqueira, para consumo de drogas, mas nega que faça uso de entorpecentes.

Ela contou ainda que passou a tarde em um bar e que foi para casa com homem que conheceu no estabelecimento, para os dois “ficarem juntos”. Quando chegou, encontrou a porta da frente trancada com o cadeado para fora, mas a porta dos fundos entreaberta. Para fechar o acesso, a mãe usava uma máquina de lavar como peso.

A mulher viu a filha caída na cozinha, sobre uma poça de sangue e com o rosto muito machucado. A criança estava com o vestido levantado até a cintura e sem calcinha. Desesperada, ela começou a gritar que a filha havia sido estuprada e assassinada. Vizinhos ajudaram a chamar o socorro.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e tentou manobras para que a menina recobrasse os sentidos, mas ela já estava morta. A mãe visivelmente alcoolizada foi presa por abandono de incapaz, porque havia deixado a menina de 11 anos responsável pelos outros dois filhos, um menino de 3 anos e um bebê de menos de 1 ano.

As crianças foram levadas para abrigo e este mês foram morar com o irmão, Evandro, de 20 anos, que conseguiu decisão favorável da guarda. De poucas palavras, o jovem não quis ter o nome completo divulgado, mas contou que para cuidar dos irmãos, saiu do trabalho – ele era soldado do Exército Brasileiro – e que agora vai fazer o que puder para sustentá-los. Ele mora com a avó paterna.

O rapaz contou que tinha pouco contato com a mãe, mas que já presa, ela lhe telefonou, dizendo que estava arrependida e pedindo que ele tomasse conta dos irmãos.

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