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Capital

Lojistas e até garotas de programa se unem para não fechar antiga rodoviária

Alan Diógenes | 26/10/2015 17:00
Corpo de Bombeiros interditou prédio em agosto para que normas de segurança fossem seguidas. (Foto: Gerson Walber)
Corpo de Bombeiros interditou prédio em agosto para que normas de segurança fossem seguidas. (Foto: Gerson Walber)
Advogada do condomínio explicou que foi pedida uma nova vistoria aos bombeiros. (Foto: Gerson Walber)
Advogada do condomínio explicou que foi pedida uma nova vistoria aos bombeiros. (Foto: Gerson Walber)

Lutando para que não haja o fechamento do Centro Comercial Condomínio Terminal do Oeste, a antiga rodoviária de Campo Grande, a administração e os lojistas se adequaram às normas do Corpo de Bombeiros e pediram uma nova vistoria nesta segunda-feira (26). Se o prédio não tiver os dispositivos de segurança básicos pode ser fechado amanhã (27), pela manhã.

Conforme a advogada do condomínio, Ingrid Daiane Vidal, a administração conseguiu levantar valores com os lojistas e pessoas que frequentam o local, como garotas de programa, para adquirir extintores, hidrantes de parede, sinalização em todo o complexo, iluminação de emergência, alarme e implantação de uma brigada de incêndio. Estes eram os itens que não haviam no prédio e foram solicitados pelo Corpo de Bombeiros, que fez a interdição no dia 28 de agosto deste ano.

“Estamos aguardando o Comando Geral dos Bombeiros fazer uma nova visita, verificar os itens e nos dar uma resposta quanto ao fechamento, ainda hoje. Já nos reunimos com os lojistas e dissemos que caso haja o fechamento amanhã, não podemos fazer mais nada e que eles terão que cumprir a ordem senão podem ser até presos”, comentou Ingrid.

A dificuldade em se adequar antes ao projeto contra incêndio, segundo a advogadoa, é porque a inadimplência por parte dos lojistas, que não pagam o condomínio, é muito alta. “São 180 proprietários de lojas, 50 estão em funcionamento, mas apenas 40 pagam condomínio. Apesar disso a administração não quer o fechamento porque irá afetar todo mundo, por exemplo 50% dos lojistas dependem unicamente daqui”, explicou.

Dono de loja, Carlos falou que ainda tem esperança de que não feche. (Foto: Gerson Walber)
Dono de loja, Carlos falou que ainda tem esperança de que não feche. (Foto: Gerson Walber)
Lojistas alegam falta de diálogo com administração do prédio, por isso fato aconteceu. (Foto: Gerson Walber)
Lojistas alegam falta de diálogo com administração do prédio, por isso fato aconteceu. (Foto: Gerson Walber)

Já a presidente da Associação dos Lojistas, Heloísa Cury, alega falta de diálogo com a administração. “Nós só ficamos sabendo quando os bombeiros vieram notificar, sendo que esta situação já tem mais de um mês. Estamos chocados e fomos pegos de surpresa. Se tivessem nos avisado antes, talvez daria tempo de resolver o problema”, salientou.

Os bombeiros estiveram no local na última sexta-feira (23) e notificaram os lojistas. O ultimato para cumprir as normas é até amanhã, se não haverá o fechamento juntamente com a DEOPS (Delegacia de Ordem Política e Social) e a Polícia Militar.

Dono de uma loja de roupas há 32 anos no local, Carlos Albes de Andrade, 66 anos, disse que é de lá que tira o “pão de cada dia”. “Estamos lutando faz tempo para não fechar. Desde quando a rodoviária saiu daqui, o movimento no comércio caiu 70%. Mas, pago o condomínio em dia e não perco a esperança de que não vai fechar”, destacou.

Outro lojista, José Paulino, 72, já está aposentado. Ele disse que se dependesse apenas da renda, que tira da loja na antiga rodoviária, já teria fechado as portas faz tempo. “Estamos nadando contra a maré para não fechar. Criei meus três filhos trabalhando aqui, pago religiosamente em dia meu condomínio”, mencionou.

A proprietária de um salão de beleza no lugar, Marina Ferreira, 46, depende do comércio para ajudar os filhos a criarem dois netos. Sua preocupação também é quanto a clientela fiel, com pessoas até de fora da cidade. “Espero que os órgãos públicos junto com a prefeitura olhe por nós. Não quero que o prédio venha abaixo”, finalizou.

Extintores foram colocados conforme solicitado pelos bombeiros. (Foto: Gerson Walber)
Extintores foram colocados conforme solicitado pelos bombeiros. (Foto: Gerson Walber)
Hidrantes de parede também foram instalados. (Foto: Gerson Walber)
Hidrantes de parede também foram instalados. (Foto: Gerson Walber)
Cerca de 1,2 mil lojistas tiveram que ir embora devido à queda de movimento no comércio, após rodoviária deixar o local. (Foto: Gerson Walber)
Cerca de 1,2 mil lojistas tiveram que ir embora devido à queda de movimento no comércio, após rodoviária deixar o local. (Foto: Gerson Walber)
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