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Capital

Mãe desaparecida foi estuprada e torturada por ex-companheiro

Luana Rodrigues | 03/06/2015 09:25
Meninas se comunicavam com vizinhos pela janela. (Foto: Fernando Antunes)
Meninas se comunicavam com vizinhos pela janela. (Foto: Fernando Antunes)

O pedreiro Alex Arlindo Anacléto de Souza, 32 anos, é o principal suspeito pelo desaparecimento de Isis Caroline da Silva Santos, 24 anos, que sumiu, deixando as duas filhas de 3 e 6 anos sozinhas em casa, na tarde desta terça-feira (2). Em agosto de 2014, Isis foi estuprada, torturada e mantida em cárcere privado pelo ex-companheiro, em Três Lagoas, cidade onde morava até o fim do ano passado. Na época, o homem foi preso em flagrante, por que ela o convenceu de que as pessoas iriam desconfiar do ocorrido, já que ele raspou a cabeça dela e por isso eles teriam que chamar a polícia e dizer que tudo passou de um roubo.

Conforme boletim de ocorrência registrado no dia 08 de agosto de 2014, a Polícia Militar foi chamada para atender a uma ocorrência de roubo, quando os policiais chegaram ao local encontraram a jovem desesperada e chorando. Ela foi ao encontro dos policiais dizendo que, na verdade, não se tratava de roubo e denunciou o ex-companheiro a polícia.

Aos policiais, Isis contou que foi convidada por Alex para ir até uma chopperia, e que aceitou o convite porque queria conversar com o ex-companheiro. No entanto, no meio do caminho ele desviou do itinerário correto e foi para um beco próximo a BR-262. No local, Alex teria agredido a jovem com tapas e socos, além de bater a cabeça dela contra o veículo. Em seguida, Alex teria a levado para a casa e a obrigado a manter relações sexuais com ele, sob a ameaça de esfaqueá-la.

Ainda segundo o registro, após as agressões e o estupro, Alex obrigou Isis a comer um pedaço de maconha, que ele tinha em casa porque era usuário, e também raspou o cabelo dela, sob a justificativa de que era para deixá-la "feia" e impedir que ela se relacionasse com outra pessoa.

A moça contou a polícia que só conseguiu convencer o ex a chamar a polícia por que estava muito machucada e com os cabelos raspados, e todos iriam desconfiar dele, portanto teriam que "inventar" um roubo. Na casa de Alex os policiais encontraram lençóis com sangue e o cabelo de Isis. Ele foi preso em flagrante e autuado por estupro, violência doméstica, cárcere privado e porte de drogas.

Conforme Silvana da Silva Barino, 32 anos, tia das filhas de Isis, a mãe da moça registrou um boletim de ocorrências sobre o desaparecimento da filha, mas a principal suspeita da família é que ela tenha sido sequestrada por Alex. "Ele sumiu sem deixar rastros, estava indo no mercado, não levou celular e ainda deixou as filhas em casa, é muito estranho", disse.

Abandono - No final da tarde desta terça-feira (2), a Polícia Militar foi acionada para verificar a situação de duas meninas de 3 e 6 anos , que ficaram trancadas em um apartamento, no Residencial Castelo de Mônaco, no Bairro Pioneiros.

O avô das crianças, o pedreiro José Severino, 65 anos, chegou ao apartamento e foi comprar comida para as netas e buscou um chaveiro para arrombar a porta. Conforme ele, a filha nunca deixou as crianças abandonadas. “É a primeira vez que isso aconteceu, estou preocupado, vou registrar boletim de ocorrência por desaparecimento”, afirmou.

Com o apoio da professora Silvana da Silva Barino, 32 anos, tia das crianças, elas foram levadas para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Bairro Piratininga, para que um boletim de ocorrência fosse registrado. Posteriormente o caso foi entregue à DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), e as crianças acabaram sendo deixadas com a Tia Silvana.

Ainda no final da tarde, a mãe da jovem chegou de Três Lagoas, a 338 quilômetros de Campo Grande, onde mora, para acompanhar o caso. Segundo familiares, ela foi até a Casa da Mulher Brasileira informar que o ex-companheiro da filha, com que a jovem havia se desentendido em Três Lagoas, foi solto da cadeia e pode ter a procurado em Campo Grande.

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