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Capital

Mãe suspeita de "armação" e diz que R$ 2 mil sumiram de bolsa de Silvana

Rosana Domingos foi até a delegacia hoje pela manhã, contestar versão de que filha era garota de programa

Silvia Frias e Bruna Marques | 30/08/2021 10:08
Rosana conversou com a delegada sobre a morte da filha e questiona versão do suspeito. (Foto: Henrique Kawaminami)
Rosana conversou com a delegada sobre a morte da filha e questiona versão do suspeito. (Foto: Henrique Kawaminami)

Sentada em banco de concreto, do lado de fora na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), a diarista Rosana Domingos, 52 anos, ainda chora a morte da filha e duvida da versão apresentada pelo homem que confessou o crime.

“Meu coração de mãe diz que isso aí tá tudo errado, tenho certeza que não é isso, vou viver para poder ver a verdade, foi uma armação”, diz Rosana, sem detalhar o que pensa sobre o que ocorreu, mas chamando atenção para o fato das três crianças, filhas da vítima, serem retiradas do local antes do crime.

Hoje de manhã, Rosana foi até a Deam, acompanhada da advogada Luciane Morimatsu Zaidan, para conversar com a delegada Bárbara Camargo Alves sobre a morte da filha, Silvana Domingos dos Santos, 31 anos.

Silvana foi assassinada a golpes de barra de ferro, no dia 17 de agosto, em casa no Jardim Los Angeles. Na versão do pedreiro de 27 anos preso pelo crime, o crime foi cometido porque Silvana se recusou a devolver metade do valor do programa sexual, de R$ 100, já que ficou apenas 30 minutos da 1 hora combinada.

A mãe de Silvana garante que a filha não fazia programa sexual. “Sempre trabalhamos juntas, uma profissional de sexo não ia ficar fazendo diária, ainda mais junto com as filhas, ela jamais faria isso. Estou me baseando no que conheço da minha filha, conheço há 30 anos, quero que a Justiça vá fundo, não estou satisfeita, não é isso aí”, contesta a mãe.

A advogada da família lembrou que ainda está no prazo regular de 30 dias para conclusão do inquérito e que ainda depende do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a tipificação por feminicídio ou latrocínio. “Ele furtou celular e vendeu por R$ 500 ou vai entender por feminicídio, pois houve discussão de valor”, avalia Luciane.

Rosana foi até a Deam, acompanhada da advogada Luciane Zaidan. (Foto: Henrique Kawaminami)
Rosana foi até a Deam, acompanhada da advogada Luciane Zaidan. (Foto: Henrique Kawaminami)

A mãe conta que a filha tinha bolsa com R$ 2 mil e estojo de joias, mas somente foram encontrados R$ 150 e algumas joias. Anteriormente, a família havia dito que Silvana guardava dinheiro para comprar uma moto, que serviria para levar os filhos à escola.

A diarista acredita que dentro do prazo do inquérito, será possível esclarecer o que aconteceu e derrubar a versão de que ela era garota de programa. “Ela era uma mãe, uma neta, uma filha, uma irmã, não sabíamos disso, está doendo muito, tá difícil para gente”.

Silvana foi assassinada a golpes de barra de ferro. (Foto: Arquivo)
Silvana foi assassinada a golpes de barra de ferro. (Foto: Arquivo)

Rosana conta que a neta de 4 anos começa a sentir mais falta da mãe e a criança chora muito. “Eu mostro estrela no céu e falo que a mãe dela está lá”, contou. “Não estou satisfeita, corre risco dele nem ser preso, nada vai trazer ela de volta, mas quero sentir no coração que a justiça foi feita”.

De acordo com a delegada Bárbara Camargo Alves, "o caso foi solucionado". Mesmo assim, diz que estão concluindo as perícias nas roupas e no celular da vítima. "A mãe foi chamada para que dessemos uma resposta à ela. Acho importante, após uma tragédia como essa", justificou.

O crime – Silvana foi encontrada morta no dia 17 de agosto, em uma casa do Jardim Los Angeles. Ela estava em cima da cama, apenas de calcinha e com ferimentos na cabeça.

Inicialmente, a polícia suspeitou que ela havia sido morta com três tiros na parte posterior do crânio. Mais tarde, a perícia constatou que as lesões eram resultado de pancadas consecutivas.

O pedreiro foi preso no dia 27 de agosto em casa, no Jardim Leblon. O suspeito foi identificado graças ao celular da vítima, levado por ele e vendido por R$ 500 depois do crime. Ele é solteiro e tem passagens por maus-tratos contra a filha e ex-companheira.

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