Médico que enviou "morango do amor" à ex faz tratamento psiquiátrico, diz defesa
Advogados alegam que ele sofre de transtorno de adaptação com sintomas mistos de ansiedade e humor depressivo
A defesa do cardiologista acusado de agredir, perseguir e ameaçar a ex-esposa alega que o médico passa por tratamento psiquiátrico há aproximadamente 10 meses. O caso veio à tona depois de o homem enviar um “morango do amor” para a vítima no último domingo (27), mesmo tendo medida protetiva e estando proibido de se aproximar da mulher. Ele é monitorado por tornozeleira eletrônica.
RESUMO
Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!
Um cardiologista acusado de perseguir e ameaçar a ex-esposa está em tratamento psiquiátrico há cerca de 10 meses, segundo sua defesa. O médico, que usa tornozeleira eletrônica, enviou um "morango do amor" para a vítima, descumprindo medida protetiva que o impede de se aproximar dela. O caso ganhou destaque após a defesa da mulher solicitar a prisão preventiva do médico. O casal, separado há um ano após sete anos de relacionamento, enfrenta uma batalha judicial que inclui um pedido de indenização por danos morais de 50 salários mínimos, devido aos anos de violência relatados pela vítima.
Segundo os advogados Ramon Rodrigues Silva Dominice e Cínthia Garcias Barreto, ambos do Maranhão, o cardiologista passa por tratamento psiquiátrico contínuo desde setembro de 2024, por sofrer de transtorno de adaptação com sintomas mistos de ansiedade, humor depressivo e episódio depressivo.
“O requerido apresenta quadro de angústia profunda, ansiedade intensa, humor deprimido, ideação suicida intermitente, hipobulia, insônia, alteração de apetite e prejuízos cognitivos e sociais, o que evidencia grave comprometimento de sua saúde mental”, diz a defesa.
A informação foi dada após a defesa da vítima pedir a prisão preventiva do médico que continua perseguindo e ameaçando a ex-esposa. Os advogados ainda descrevem que o cardiologista é assistido por programa de reestruturação emocional e vínculos familiares.
Além disso, pontua que sofreu uma alteração significativa da capacidade de julgamento, discernimento e tomada de decisões “com evidente sofrimento mental e emocional”, sendo um quadro sensível e que exige uso diário de medicação.
Os advogados ainda pontuam que o uso da tornozeleira eletrônica resultou na demissão do médico de suas atividades profissionais, agravando sua situação econômica, emocional e social. Por isso, pedem que o equipamento seja retirado e que ele seja autorizado a buscar a filha na escola.
A defesa pede também que, caso necessário, seja determinada a realização de avaliação psicossocial ou perícia psiquiátrica judicial do médico.
Pedido de prisão - A defesa da mulher entrou com pedido de prisão preventiva na última terça-feira (29), após o médico enviar o doce para a ex-esposa seguido de uma mensagem: “desejo-te tudo de melhor e mandei o morango do amor para te mostrar que mesmo você fazendo tudo isso, eu te desejo o melhor para sua vida”.
Os advogados da mulher acreditam que a conduta do cardiologista não representa só o desrespeito à medida judicial, mas também violência psicológica e tentativa de manipulação emocional da vítima.
Relacionamento - O casal viveu junto por sete anos e está separado há um ano. Porém, desde que saiu de casa, o ex-marido a persegue e ameaça. Ela teve uma medida protetiva deferida pela Justiça em maio do ano passado e, ao ser notificado, ele foi até a casa da vítima para ameaçá-la. Um vídeo mostra o autor em frente ao portão.
Logo depois, ele teve a prisão preventiva decretada, mas foi convertida em monitoramento por tornozeleira eletrônica. Porém, o equipamento não foi o suficiente para cessar a violência. Tanto é que ele seguiu enviando mensagens ameaçando a vítima e no último dia 27 de julho enviou o doce para a ex-esposa.
A vítima entrou com pedido de indenização por dano moral contra o médico. Na ação ela descreve os anos de violência que viveu ao lado do homem e pede a fixação de 50 salários mínimos para reparação de tudo o que sofreu.
O CRM (Conselho Regional de Medicina) informou que ainda não recebeu nenhuma denúncia relacionada ao caso que envolva infrações ao Código de Ética Médica. Destacou, ainda, que situações de cunho exclusivamente cível ou criminal, sem vínculo com o exercício profissional, não são de competência do órgão, que atua apenas no campo ético da medicina.
Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.