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Capital

Médicos rejeitam proposta da prefeitura e continuam em greve

Lúcio Borges e Antônio Marques | 26/05/2015 22:37

Os médicos da rede de Saúde de Campo Grande continuam em greve. Esta foi a decisão aprovada em nova assembleia realizada na noite desta terça-feira (26), que analisou a proposta da administração municipal, que acreditava por fim a greve da categoria que já dura 12 dias.

Os profissionais reafirmaram na reunião a necessidade de, pelo menos, o reajuste pelo índice da inflação, pouco mais de 8%, mesmo que seja até escalonado. Outro ponto exigido é que não haja perda de postos de trabalho. A Prefeitura deve incluir na proposta apresentada hoje mas esses dois pontos.

A assembleia desta noite contou com a presença do secretário da Federação Nacional de Médicos, Eglif de Negreiros Filho, onde ressaltou que sua entidade representa 435 mil médicos em todo país e que vieram a Campo Grande para dar apoio a categoria. “Não aceitamos a maneira como a prefeitura está conduzindo este processo, temos um quadro médico de qualidade aqui, mas precisa de locais dignos de trabalho”, disse.

Na tentativa de acabar com a paralisação, a Prefeitura apresentou na manhã de hoje uma proposta para a categoria, sem o reajuste, apenas o retorno imediato das gratificações a partir do mês de junho, e o que ficou sem pagar em abril e maio seria dividido em seis vezes. Com isso, o secretário municipal e Saúde, Jamal Salem, acreditava no fim da greve.

Os médicos gostaram da proposta apresentada pelo município, considerando que eles recuperam o que foi retirado da categoria, mas cobram um reajuste. "Queremos ao menos o índice da inflação, que pode ser escalonado. Se o secretário (Saúde) aceitar a proposta da assembleia podemos assinar o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) amanhã mesmo, sem precisar de nova assembleia”, apontou o presidente do Sinmed (Sindicato dos Médicos), Valdir Shigueiro Siroma. Com isto a greve pode acabar na quinta-feira.

tempo

Valdir ressaltou que a categoria desde o ano passado pede melhores condições de trabalho, segurança e valorização, no entanto neste ano a prefeitura além de cortar gratificações, ainda sugeriu o índice zero de reajuste.
“Já tivemos várias reuniões, mas sempre os representantes da prefeitura não tinham autonomia para fechar acordo, por isso continuamos com a greve, porém com responsabilidade, tanto que 30% dos médicos estão trabalhando”, disse.

Valdir salientou que são 1.400 médicos na Capital, sendo 706 concursados, mas que eles buscam um acerto com a prefeitura, já que não escolheram esta profissão para “fazer greve” e sim para “salvar vidas”. “A greve é um instrumento legal do trabalhador, mas que foi a última alternativa, sendo inclusive a primeira vez da categoria no Estado”, finalizou.

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