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Capital

Ministério da Saúde investiga mortes e Santa Casa suspende transplantes

Mariana Lopes e Lidiane Kober | 20/12/2013 17:01
Presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco, ressaltou que o serviço foi apenas suspenso por algum tempo (Foto: Marcos Ermínio)
Presidente da Santa Casa, Wilson Teslenco, ressaltou que o serviço foi apenas suspenso por algum tempo (Foto: Marcos Ermínio)

Em 15 dias, foram três mortes de pacientes que fizeram transplante de rim, na Santa Casa de Campo, que não tiveram as causas apontadas no laudo médico. Os casos, que ocorreram entre os meses de outubro e novembro deste ano, resultaram na suspensão do serviço e desencadearam uma investigação do Ministério da Saúde no hospital.

As cirurgias de transplante de rim e coração foram suspensas há duas semanas, mas a Santa Casa só divulgou na tarde desta sexta-feira (20). “A decisão foi tomada pensando na segurança dos pacientes”, justificou o diretor técnico do hospital, Luiz Alberto Hiroki Kanamura.

A Vigilância Estadual de Saúde emitiu um parecer afirmando que não conseguiu constatar a causa das mortes. “Então, chamamos o Ministério da Saúde para relatar o que está acontecendo e descobrir se foi uma trágica coincidência ou se há algum problema no procedimento e qual é”, explicou o diretor técnico.

Em 2013, foram feitos 45 transplantes de rim e 44 em 2012. De acordo com a tabela indicada pelo Ministério da Saúde, o número ideal de transplantes é de 100 por ano. Mas, segundo a diretoria da Santa Casa, o número ainda é baixo em Mato Grosso do Sul por causa da falta de doadores.

Segundo Kanamura, este ano houve uma variação na curva de resultado que fugiu do normal. Das 45 cirurgias, tiveram sete mortes, sendo que três delas não foram constatadas as causas. No ano passado, tiveram 10 óbitos, dos 44 transplantes. O diretor afirmou que há suspeitas, mas não irá divulgar por não ter como provar.

Em relação aos transplantes do coração, foram realizados três neste ano, dos quais duas pessoas morreram, uma 39 dias após da cirurgia e a outra 12 horas depois.

Segundo o diretor técnico da Santa Casa, o alvará de licença para realizar os transplantes está perto de vencer, então o hospital aproveitou para fazer uma série de reavaliações, inclusive a equipe médica fará uma reciclagem, oferecida pelo Ministério da Saúde.

O presidente da Santa Casa, Wilson Levi Teslenco, ressaltou que o serviço não foi extinguido, foi apenas suspenso por algum tempo, considerando que a Santa Casa é o único hospital no Estado que realiza transplantes.

O tempo estimado para sair a resolução do diagnóstico do Ministério da Saúde é de 90 dias, para que, então, possa retornar com o serviço de transplantes de rim na Santa Casa. Os de coração não há previsão para retomar.

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