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Capital

Motociclistas que fazem "rolezinhos" têm estratégia para escapar, diz PM

Os ‘rolezinhos’ são programados em redes sociais, com pouca antecedência, o que dificultaria a fiscalização

Por Lucas Mamédio e Izabela Cavalcanti | 11/12/2024 18:45


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A Polícia Militar está combatendo os "rolezinhos" de motociclistas, encontros que causam perturbação do sossego e infrações de trânsito, por meio de monitoramento em redes sociais, uso de drones, operações específicas e inteligência policial. A recente ampliação da frota de viaturas tem auxiliado na resposta rápida a esses eventos, que frequentemente resultam em prisões e apreensões de motos irregulares. Com as festas de fim de ano se aproximando, a PM intensifica as operações para prevenir o aumento dessas atividades.

A Polícia Militar diz que tem adotado ações coordenadas para monitorar e reprimir os chamados “rolezinhos”, que são encontros de motociclistas que percorrem as ruas da cidade muitas vezes em alta velocidade, realizando manobras, fazendo barulho e infringindo leis de trânsito. O comandante do Comando de Policiamento Metropolitano de PM, Emerson de Almeida Vicente, afirma que os motociclistas criam estratégias para dificultar a fiscalização.

“Os ‘rolezinhos’ são programados em redes sociais, muitas vezes com pouca antecedência, o que dificulta a atuação preventiva. No entanto, a Polícia Militar está acompanhando essas redes justamente para identificar e evitar tais encontros. Temos, inclusive, realizado prisões e apreensões em flagrante,” afirmou o comandante.

Segundo o comandante, o trabalho da PM envolve setores de inteligência das unidades locais, que monitoram grupos organizados para identificar os responsáveis pelos eventos. A corporação tem utilizado até drones e feito operações específicas para inibir a concentração de motociclistas.

“Nosso serviço de inteligência acompanha a movimentação não só dos ‘rolezinhos’, mas da mancha criminal em toda a cidade. Quando detectamos um encontro marcado, empregamos ações preventivas e repressivas,” explicou Almeida Vicente.

Além disso, argumentou Emerson, a recente ampliação da frota de viaturas da Polícia Militar, proporcionada pelo governo estadual, aumentou a capacidade de resposta da corporação. “Com mais equipes nas ruas, conseguimos chegar rapidamente aos locais dos encontros ou nos trajetos percorridos pelos motociclistas,” acrescentou.

Infrações e crimes associados - Os “rolezinhos” frequentemente resultam em múltiplas infrações de trânsito e contravenções penais, como a perturbação do sossego público e crimes ambientais devido ao uso de escapamentos adulterados. “Muitos veículos envolvidos estão irregulares, como os chamados ‘Bob’s’, que são motos compradas em financiamentos que não foram quitados e estão sem o pagamento de impostos. Essas motos são apreendidas,” informou o comandante.

Operações específicas no fim de ano - Com as festas de fim de ano se aproximando, a Polícia Militar intensifica suas operações, como a Operação Boas Festas, para prevenir os encontros. Segundo Almeida Vicente, a época é propícia para o aumento desse tipo de atividade. “Estamos monitorando grupos já identificados para evitar transtornos maiores à população,” disse ele.

Flagrantes - Nesse sábado (7), a moradora de um prédio na Avenida Afonso Pena, a médica veterinária Bianca Ferraz de Lima, 25 anos, flagrou um grande "rolezinho". “Eu assustei com o que pareciam ‘estouros’, não era um ou dois, eram vários. Quando abri a janela, fiquei impressionada”, disse.

O que ela viu da janela, por volta das 0h46, era de assustar: cerca de 60 motos cruzaram trecho da avenida com a Rua Pedro Celestino, acelerando e buzinando. O “rolezinho”, como é conhecida saída em bando dos motociclistas, provocou barulho ensurdecedor durante a madrugada, que também incomodou outros moradores da região, segundo a médica. Com escapamento aberto, provocaram o "estouro" ouvido por Bianca.

Sem medo da fiscalização, vários motociclistas cruzaram a avenida pela calçada, em alta velocidade. Nas imagens, é possível ver que os condutores de veículos pararam, aguardando a passagem desenfreada das motos, que seguiram pela avenida no sentido do Shopping Campo Grande.

CTB (Código de Trânsito Brasileiro), em seu artigo 230, considera infração grave conduzir um veículo com alteração em características originais, como o escapamento. As penalidades incluem multa, cinco pontos na carteira e retenção do veículo até que seja regularizado.

Embora a substituição do escapamento não seja proibida, é obrigatório que o equipamento mantenha os limites de ruídos e emissão de poluentes estabelecidos pela legislação.

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