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Capital

Na Capital, cerca de 3 mil militares vão ajudar a eliminar focos de mosquito

Natalia Yahn | 12/02/2016 13:05
Alcides Ferreira, coordenador do CCEV (Centro de Controle de Endemias e Vetores), participou de reunião ontem (11), que preparou ação do dia "D". (Foto: Divulgação PMCG / Caio Krügel)
Alcides Ferreira, coordenador do CCEV (Centro de Controle de Endemias e Vetores), participou de reunião ontem (11), que preparou ação do dia "D". (Foto: Divulgação PMCG / Caio Krügel)

O dia “D” de combate a dengue que acontece amanhã (13), em 25 bairros de Campo Grande, terá o reforço de 3.324 militares do Exército, que vão ajudar a eliminar possíveis focos do mosquito Aedes aegypti – que transmite também zika vírus e febre chikungunya.

O trabalho vai incluir vistoria domiciliar, além de orientações para a população em relação as doenças e distribuição de panfletos. Cada equipe de trabalho será formada por dez militares e dois agentes de saúde. A missão dos militares será de visitar residências e comércios buscando contato com os responsáveis para conscientizar sobre a importância de ficar atento aos possíveis criadouros, eliminando os focos.

O coronel do CMO (Comando Militar do Oeste) – que também é responsável pela organização dos trabalhos do dia “D” –, Carlos Fernando Laffranchi, afirmou que em todo Mato Grosso do Sul, 8.295 homens vão auxiliar nas ações. Ontem (11), a Prefeitura informou que seriam apenas 2 mil militares envolvidos em Campo Grande, mas os números de voluntários foi confirmado hoje (12) pelo Exército. “Vamos vasculhar possíveis focos nas residências e ajudar na eliminação. Vamos atuar em toda a cidade (Campo Grande). Logo cedo vai ter militar para tudo quanto é lado”, disse.

Para atualização dos dados durante o dia "D" serão transmitidos relatórios diretamente para o Ministério da Saúde, em Brasília (DF), às 10 e 14 horas, e um balanço final das ações às 17 horas.

A mobilização do dia “D” terá início às 8 horas e segue até às 16 horas. O mutirão de combate aos focos do mosquito vai acontecer em 25 bairros da Capital, entre eles o Aero Rancho, Tijuca, Jardim Noroeste, Vila Popular, Santo Amaro, Nova Lima, Coronel Antonino, Moreninhas, Universitário e Tiradentes.

Também vão acontecer ações educativas na Praça Ary Coelho, Praça do Rádio Clube, Mercadão Municipal, Camelódromo, no cruzamento das ruas 14 de Julho com a Barão do Rio Branco, e na Avenida Afonso Pena em frente ao Shopping Campo Grande.

O coordenador do Centro de Controle de Endemias e Vetores (CCEV), da Secretaria Municipal de Saúde, Alcides Ferreira, participou de uma reunião ontem (11), onde a ação foi apresentada para os militares. "Esta parceria com o Exército vem acontecendo desde dezembro e esta ação reforça o trabalho que estamos fazendo para combater a proliferação do mosquito Aedes aegypti em Campo Grande”. 

Dados - Campo Grande registra 91 novos casos suspeitos de dengue por dia. Em apenas nove dias foram 826 notificações da doença entre 2 e 10 de fevereiro. O boletim epidemiológico da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), divulgado na quarta-feira (10), apontou aumento de 10,7% no número de notificações.

Na semana passada eram 6.876 notificações, mas no boletim divulgado nessa quarta-feira até mesmo os casos de janeiro registrados em janeiro tiveram aumento. Até o dia 2 de fevereiro eram 6.876 casos mas agora passaram para 7.592, além de 111 em fevereiro, com um total de 7.702 notificações este ano.

Os casos de zika vírus também aumentaram, agora são 729 notificações de zika vírus, 701 em janeiro e 28 em fevereiro. Este ano a doença foi confirmada em duas mulheres que estavam grávidas, mas já tiveram bebê. No balanço anterior eram 487 casos. Já a febre chikungunya, que registrou 80 em janeiro, teve apenas uma notificação em fevereiro.

Enquanto as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti – dengue, zika e chikungunya – tem cada vez mais casos registrados em Campo Grande, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) ainda não divulgou o boletim epidemiológico. Os dados deveriam ser publicados há dois dias, mas por conta do período de carnaval não foram concluídos e a previsão da SES é de divulgar o boletim somente hoje (12).

Em Mato Grosso do Sul o boletim epidemiológico, divulgado na quarta-feira (3) da semana passada, apontou 12.219 casos suspeitos de dengue nas quatro primeiras semanas do ano.

O número representa 3.950 novos casos suspeitos em relação ao levantamento anterior, o total é 47,7% maior. Também já supera os dados de 2014, quando foram computados 9.256 casos ao longo do ano.

Já entre os dias 24 e 30 de janeiro, foram registradas 1.804 notificações, contra 2.133 das computadas entre os dias 17 e 23 deste mês, o que representa uma queda de 15,4% de casos suspeitos em uma semana.

O município de Dois Irmãos do Buriti lidera o ranking de cidades com maior índice de incidência do Aedes aegypti, com 172 notificações, seguido de Deodápolis, com 175. Em terceiro lugar vem Caracol, com 74 casos suspeitos.

Na Capital, as confirmações de óbitos devido a dengue continuam sendo as mesmas do último boletim, com dois casos, uma criança de 8 anos, que morreu no dia 12 de janeiro na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Vila Almeida ao dar entrada com dengue clássica e depois sofrer uma parada cardíaca e a adolescente Karolina Ribeiro Soares Rodrigues, 16, que morreu um dia depois no Hospital Regional Rosa Pedrossian. Em todo o Estado foram registrados 17 óbitos no ano passado por causa da doença.

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