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Capital

Na falta de ônibus, trabalhadores recorrem à carona de amigos

Apesar do aviso, paralisação pegou usuários do transporte coletivo de surpresa na manhã desta quarta-feira

Natália Olliver e Mariely Barros | 18/01/2023 08:59
Lemir Iracy de Oliveira esperava pelo ônibus na Avenida Gunter Hans (Foto: Mariely Barros)
Lemir Iracy de Oliveira esperava pelo ônibus na Avenida Gunter Hans (Foto: Mariely Barros)

Apesar do aviso prévio de paralisação do transporte coletivo feito nesta terça-feira (17), pelo STTCU-CG (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande), a falta de ônibus na manhã desta quarta-feira (18) pegou vários passageiros de surpresa. Com a falta de ônibus, os trabalhadores que utilizam o transporte tiveram que recorrer à carona de amigos para conseguir chegar ao serviço e até retornar para casa.

É o caso de Luiz Rocha, de 72 anos, vigia noturno de um clube de festas da Capital. A reportagem encontrou o idoso em um ponto da Manoel da Costa Lima, na Vila Piratininga. Luiz esperava o ônibus para conseguir voltar para casa depois de uma noite de trabalho. Ele mora no Bairro Caiobá II.

Luiz Rocha voltava do trabalho e precisou ligar para um amigo para levá-lo até em casa (Foto: Mariely Barros)
Luiz Rocha voltava do trabalho e precisou ligar para um amigo para levá-lo até em casa (Foto: Mariely Barros)

“Eu estava esperando ônibus, meu colega de serviço me deixa todo dia aqui. Agora liguei pra ele pra me levar até em casa. Eu acho um descaso das autoridades, isso não podia acontecer. Tem tanta gente e não resolvem nada. Não vi em lugar nenhum, fui pego de surpresa e minha única opção é a carona desse colega para retornar.

O vigia comentou que terá que ir de bicicleta para o trabalho nesta noite. “Quando for trabalhar à noite vou de bicicleta, prefiro ir assim do que gastar 30 reais com aplicativo”, disse.

Lemir Iracy de Oliveira, 58 anos, estava em um ponto da Avenida Gunter Hans. Ela também precisou recorrer à carona de amigos, no caso da chefe, para conseguir chegar ao centro da cidade e trabalhar.

“Eu estranhei quando cheguei aqui porque o ponto estava vazio, mas mesmo assim estava esperando para pegar o ônibus e ir trabalhar. Moro na região e trabalho em uma loja de roupas no centro. A minha chefe vive me trazendo e levando em casa, então não terei problemas. Vou ligar pra ela vir me buscar de carro”, comentou.

Vendedora liga para chefe buscá-la em ponto de ônibus (Foto: Mariely Barros)
Vendedora liga para chefe buscá-la em ponto de ônibus (Foto: Mariely Barros)

Segundo a vendedora, a notícia da paralisação não foi divulgada de maneira incisiva. “Eu não vi em lugar nenhum. Ontem cheguei era 20h30 e fui dormir. De madrugada até liguei a televisão, mas não ouvi nada. Tem muita gente que vai se complicar para ir trabalhar hoje. O aplicativo de corrida está caro, arrancando o 'zói' dos outros”, completou.

Samanta Atílio, de 29 anos, não teve como pedir carona a ninguém de manhã, por isso precisou chamar um motorista de aplicativo. Entretanto, afirmou que vai apelar para a boa e velha carona na volta para casa.

“Não fui pega totalmente de surpresa, a minha sogra falou ontem, mas eu acreditei que até hoje eles teriam entrado em um acordo. Vou pagar do meu bolso, mas acredito que alguns colaboradores serão ressarcidos e outros já ficam de home office. Na volta vou tentar pegar carona”, ressaltou.

Pontos vazios - A reportagem percorreu os bairros: Tijuca, Copa Mate, Jardim Neblon, Guanandi, Jardim Jacy, Vila Piratininga, Jockey Club, Vila Carlota, Conjunto Iracy Coelho, Jardim Centenário, Vila Progresso, Vila Glória e São Conrado. Em todos os locais foi possível encontrar apenas alguns usuários do transporte coletivo que ainda não sabiam da paralisação.

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