Na luta por vaga em creche, mães lotam Defensoria neste sábado
Ao todo, 260 famílias fizeram cadastro para tentar resolver situação e sair das filas de espera
O primeiro mutirão de vagas escolares lotou a Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul na manhã deste sábado (8). Logo no início do dia, mães recorreram à unidade - localizada na Rua Barão de Melgaço - como último recurso para conseguir vagas para os filhos nas creches de Campo Grande. O atendimento acontece até as 11h30. Ao todo, 260 famílias agendaram para tentar resolver a situação e sair das filas de espera que podem durar meses ou até anos.
RESUMO
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O primeiro mutirão de vagas escolares em Campo Grande, realizado pela Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, atraiu 260 famílias em busca de vagas em creches. Mães como Rayane Souza e Debora Lima esperam há meses por uma vaga para seus filhos, essencial para que possam trabalhar. A defensora Débora Paulino destaca a falta de vagas próximas às residências como um problema. O mutirão visa acelerar o processo de judicialização para atender as famílias. Quem não participou pode solicitar atendimento online. A iniciativa é crucial para famílias como a de Albanys Brito, que perdeu o emprego por falta de vaga para o filho.
É o caso da vendedora Rayane Cristina Souza, de 29 anos. Há um ano e meio ela aguarda por uma vaga para o filho em uma das EMEIs da cidade. Atualmente ele está na 13ª posição na lista por uma vaga.
“Fui tentar vaga e falaram que teria a possibilidade de não conseguir esse ano, por isso procurei a Defensoria. Meu filho tem dois anos, espero desde os 3 meses dele, mas nunca tinha procurado porque não precisava trabalhar, porém, agora preciso. Estou distribuindo currículo, me preparando para poder trabalhar tranquilamente. Moro no Nova Campo Grande”.
O cenário não é diferente para a ajudante de serviços gerais, Debora Silva de Lima, de 20 anos. Com um bebê de 9 meses e outra com 4 anos, ela precisa da vaga para conseguir trabalhar.
“Fiz isso para a mais velha em um ano e no outro saiu a vaga pela Defensoria. Ela conseguiu no bairro Cidade Morena, quero o mesmo lugar para o bebê, mas tem 20 pessoas na frente dele. Eu arrumei o serviço agora e vou começar na quarta-feira, se ele estiver na creche é mais fácil. A babá cobra R$ 800,00 para ficar com ele, vai meu salário todo, vou receber o valor mínimo”.
De acordo com a coordenadora do Nudeca (Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), defensora pública Débora Maria de Souza Paulino comenta que o principal problema, além da falta de vaga, é a indisponibilidade de oferta nos locais próximos à residência das famílias.
“Temos casos de grupos de irmãos que acabam em escolas separadas. As famílias nos procuram para que a gente possa judicializar o processo. Elas fizeram o cadastro prévio para serem atendidas hoje. Como a gente recebe um número muito alto de pedidos no início do ano, fazemos o mutirão para atender de forma mais rápida as famílias”.
Ela ressalta que quem não se cadastrou para atendimento neste sábado, pode fazer o pedido pelo site da Defensoria Pública, clicando neste link e posteriormente na aba “preciso de atendimento”.
Para o casal Alex Viana da Silva, de 39 anos, e Luara Franciellen Moraes, de 33, o mutirão foi oportunidade para tentar resolver a vida. Juntos eles têm 3 filhos, um de 10, outro de 2 e um ainda na barriga.
“Moramos no Jardim Centro Oeste e a escola dos dois fica no Paulo Coelho. Queremos uma mais perto de casa. É muito longe, estamos tentando uma mais próxima, porque como estamos esperamos outro filho, fica mais perto para buscar e levar. Queremos uma no bairro”.
A venezuelana Albanys Brito, 27 anos, está há três anos em Campo Grande. Antes ela morava no bairro Jardim Carioca e o filho estudava lá. Em novembro de 2024, ela precisou se mudar para Vila Margarida e não conseguiu levar o filho à escola. Como consequência, ela perdeu a vaga
“Fiz novo cadastro e larguei o emprego, porque não tenho com quem deixar ele. Preciso de vaga para conseguir trabalhar. Pagar babá não tem como se não tem trabalho”.
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