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Capital

Ninguém entende o 'abismo' de Lucas, ótimo filho e querido por todos

Adriano Fernandes | 25/11/2016 16:48
Lucas cursava o 4° semestre da faculdade de odontologia. (Foto: Reprodução Facebook)
Lucas cursava o 4° semestre da faculdade de odontologia. (Foto: Reprodução Facebook)

Dezenas de familiares, amigos, colegas da faculdade e até ex-colegas do ensino médio prestaram as últimas homenagens ao estudante Lucas Cavalcante da Silva Louveiro, de 19 anos, que na tarde de quinta-feira (24), se jogou do pontilhão da Avenida Salgado Filho, no bairro Amambaí, região sul de Campo Grande.

Entre todos, além das saudades do garoto sorridente e muito querido pela família e amigos, também restava a dúvida quanto ao motivo de ele tirar a própria vida. No dia 3 de setembro, uma mensagem dele no Facebook dizia: "Vejo um abismo sobre meus pés onde morro de vontade de se jogar dele. Na queda apenas relaxar cm a brisa do vento tocando em meus ouvidos até q chegue apenas um último suspiro.... (sic)".

“Todo mundo gostava dele. Por onde passava fazia amigos, cumprimentava e tratava a todos com muito carinho. A prova disso é que todos os amigos e até ex-colegas de escola, professores, vieram se despedir dele”, comentou o comerciante Valdeir de Souza Louveiro, de 43 anos, pai do garoto.

O comerciante não sabe explicar porque Lucas teria se matado e também diz que o rapaz nunca apresentou nenhum tipo de sintoma que indicasse uma depressão, por exemplo. Ele cursava o 4º semestre de odontologia na Uniderp e estava em semana de provas, segundo o pai.

Valdeir conta que na tarde de quinta-feira viu a movimentação no pontilhão que passa sobre a avenida Ernesto Geisel, após o rapaz ter se jogado. Mas só momentos depois foi saber que era o seu filho.

“Eu estava fazendo compras bem ali ao lado. Quando saí, vi a movimentação, mas só quando eu estava em casa é que fui ser avisado que era meu filho”, se queixa. Tão grande também foi a angústia da jovem Thais Feitosa, de 22 anos. A melhor amiga do garoto, foi uma das últimas pessoas a falar com o Lucas.

O corpo foi velado em capela no bairro Aero Rancho em frente ao comércio do pai de Lucas. (Foto: Adriano Fernandes)
O corpo foi velado em capela no bairro Aero Rancho em frente ao comércio do pai de Lucas. (Foto: Adriano Fernandes)

“Eu tentei segurá-lo, pedi para ele não fazer aquilo e ele só sabia dizer que não tinha jeito”, se emociona. Lucas, Thaís e um outro jovem, Douglas, eram melhores amigos.

“Ele enviou a foto do alto do pontilhão para o nosso amigo dizendo que ia se jogar e em seguida o Douglas me encaminhou. Eu fui desesperada para lá. Parei o carro, pedi para ele não fazer aquilo, chamei quem eu podia para me ajudar e até conseguimos segurar ele antes dele se jogar. Mas não foi o suficiente”, comenta.

Ela também não sabe o que teria motivado a atitude do rapaz, mas conta que nunca vai esquecer do sorriso fácil do amigo e das muitas vezes em que o trio saia junto para se divertir. “Era um amigo que podíamos contar a toda hora, sempre muito feliz e extrovertido.De um sorriso que eu nunca vou me esquecer”, conclui.

O corpo de Lucas foi enterrado no Cemitério Nacional Parque, na região das Moreninhas em Campo Grande, esta tarde (25).

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