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Capital

Organizador alega que polícia fechou festa LGBTI+ por “repressão homofóbica”

Segundo a PM, evento foi encerrado porque descumpria normas de biossegurança

Giovanna Dauzacker | 28/02/2022 14:37
Grupo dança durante festa que foi interrompida pela PM. (Reprodução Instagram)
Grupo dança durante festa que foi interrompida pela PM. (Reprodução Instagram)

O organizador da festa de Carnaval que foi fechada pela Polícia Militar neste domingo (27), Renan Stramandinolli, alega que o motivo tenha sido homofobia. “Acredito que foi uma repressão homofóbica a mando do alto comando da PM. Só chegaram com o Choque e expulsaram todo mundo.”

Voltado ao público LGBTQIA+, o evento “Farofolia” teve início às 16h e acontecia em um espaço no Bairro Coronel Antonino. Cerca de cinco horas depois, os policiais chegaram até o local. “A PM chegou por volta de 21h, tinha aproximadamente umas 400 pessoas e a capacidade da estância é 2.500, ou seja, bem abaixo, e o evento estava sendo open air ainda por cima”, relata Renan.

Ainda de acordo com o organizador, o policial apenas perguntou sobre o plano de biossegurança, sem pedir os alvarás, que foram apresentados. “Ele nem leu, apenas disse que não estava sendo cumprido a biossegurança e mandou encerrar o evento e me encaminhou pra Depac. Ele nem entrou no local para averiguar, disse que estava cumprindo ordem de cima e pronto.”

A equipe organizadora afirma que pretende entrar com ação na Corregedoria contra o comandante da PM por perseguição homofóbica. Ao todo, o desgaste com o fechamento rendeu R$ 15 mil de prejuízos. Com isso, Renan explica que não conseguiu pagar os funcionários. "Ninguém recebeu seus pagamentos."

Na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, Renan afirma que ficou durante 3h, impedido de usar o celular, sendo liberado após o período. “Sem eu nem passar pelo delegado, como se nada tivesse acontecido. Ou seja, o objetivo era apenas encerrar o evento e só.”

Conforme a assessoria da PM, a atuação no local aconteceu para checar se as normas de biossegurança estavam sendo cumpridas. Foi verificado que não havia álcool em gel, nem orientação ao público. O caso foi registrado como infração de medida sanitária preventiva.

“Diante da insegurança instaurada no evento, foi determinado pela equipe de serviço que o evento fosse encerrado, a fim de se restabelecer a salubridade pública”, disseram em nota enviada ao Campo Grande News.

A página da festa lamentou o ocorrido em publicação no Instagram e pediu a compreensão do público. “Nos solidarizamos por qualquer pessoa que tenha se sentido lesada de alguma forma e estamos trabalhando para que tudo seja resolvido da melhor maneira possível.”

Os organizadores também se mostraram frustrados com o fechamento da festa. “Enquanto estamos aqui tentando entender o que aconteceu, os outros eventos héteros de Carnaval seguem acontecendo normalmente na cidade.”

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