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Paciente com síndrome ligada ao zika espera 15 dias por vaga em CTI

Natalia Yahn | 02/03/2016 12:47
HU tem apenas 8 leitos de CTI. Paciente com síndrome associada ao zika esperou 15 dias por vaga. (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)
HU tem apenas 8 leitos de CTI. Paciente com síndrome associada ao zika esperou 15 dias por vaga. (Foto: Marcos Ermínio / Arquivo)

Um paciente diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré, ligada ao zika vírus, esperou 15 dias por um leito no CTI (Centro de Terapia Intensiva), do HU (Hospital Universitário), de Campo Grande. A Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares), que administra o HU, informou que o paciente foi internado no dia 16 de fevereiro e só conseguiu a vaga ontem (1°).

Ele é o único paciente com a síndrome que continua internado no local. O quadro de saúde dele inspirava cuidados, já que ele buscou a unidade hospitalar após oito dias da manifestação dos sintomas.

O homem, que não teve o nome e idade divulgados, ficou na ala vermelha do Pronto Socorro, durante duas semanas e só conseguiu ser transferido para o CTI nessa terça-feira (1°). O HU tem apenas apenas oito leito de CTI adulto, todos estão ocupados.

Ainda segundo o hospital, o quadro do paciente é estável, porém ele necessita de aparelhos para respirar. Sua situação é mais delicada por conta da demora em buscar atendimento.

Outros casos – A Ebserh informou que dos quatro pacientes que foram internados até a semana passada no HU com Síndrome de Guillain-Barré, apenas este continua internado no hospital.

Dos três pacientes que deram entrada no início do mês, um homem que já recebeu alta e os outros dois, um homem e uma mulher, foram transferidos para o hospital São Julião para reabilitação, pois já apresentavam quadro estável e não correm risco.

Nenhum deles teve a identidade revelada pelo hospital, mas o Campo Grande News apurou que no dia 4 de fevereiro havia sido confirmada a internação de uma mulher de Paranaíba, a 422 quilômetros de Campo Grande, onde deu entrada dois dias antes, com a síndrome. Na época, a mulher foi identificada como Janecler Nunes da Silva, 33 anos e segundo familiares, ela começou a apresentar os sintomas 15 dias de sua internação, como febre e dores nas articulações.

No dia 29 de janeiro, o quadro se agravou e ela já não conseguiu mais trabalhar. Dois dias depois, teve dormência na perna e caiu durante o banho por fraqueza. No dia 1º de fevereiro, já não sentia mãos e pés. A paciente também apresentou vermelhidão e foi levada para o CTI (Centro de Terapia Intensiva), no dia 3 de fevereiro, às 20h, quando já estava na Capital.

Ainda conforme a assessoria, apenas dois pacientes tiveram a síndrome associadas à dengue, mas não informou quais são.

O que é - A Síndrome de Guillain-Barré é uma síndrome neurológica que apresenta como sinais clínicos a perda de força, sensibilidade e reflexo de padrão rapidamente evolutivo. Isso ocorre devido a reação autoimune aguda a um processo infeccioso na qual os anticorpos criados pelo corpo para combater o organismo infectante terminam por atacar os nervos levando aos sinais clássicos da doença.

As principais causas de Guillain-Barré são infecções intestinais em sua maioria causada por Enterovírus (vírus que causa diarreia) ou pelo Campylobacter jejum (bactéria que também causa diarreia). Ela também vem sendo associada ao zika vírus.

O tempo médio de evolução entre o início da infecção e o surgimento dos sintomas é de aproximadamente 10 a 15 dias no geral. Um bom exemplo seria a infecção causada pela dengue. Assim como outras síndromes virais, a dengue também gera reação imune que pode levar ao quadro da Síndrome Guillain-Barré.

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