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Capital

Pais e trigêmeos são expulsos de casa durante chuva na madrugada

Aline dos Santos e Caroline Maldonado | 02/03/2016 09:32
Joceli, ao lado de dois dos três filhos, conta que teve que sair de casa. (Foto: Marcos Ermínio)
Joceli, ao lado de dois dos três filhos, conta que teve que sair de casa. (Foto: Marcos Ermínio)
No Nova Lima, sofá foi inutilizado por alagamento. (Foto: Marcor Ermínio)
No Nova Lima, sofá foi inutilizado por alagamento. (Foto: Marcor Ermínio)

O temporal desta madrugada expulsou uma família de casa na Travessa Junin, esquina com a avenida Fernando Côrrea da Costa, em Campo Grande. A diarista Joceli Carneiro, 40 anos, conta que ela, o esposo e os filhos trigêmeos de 10 anos tiveram que deixar o imóvel às pressas. Os moradores se abrigaram na casa de uma vizinha, que fica em um ponto mais alto da via e não foi alagada. A chuva começou às 3 horas.

Segundo os moradores, a água subiu um metro na travessa, que é uma rua sem saída. Joceli relata que voltou ao lar para buscar documentos e enfrentou água na altura do peito. De acordo com ela, foi a primeira vez que o alagamento chegou nessa proporção.

“Tudo flutuava, botijão, objetos. Molhou roupas. A geladeira ainda vou ver se funciona. O dia vai ser de limpeza”, afirma Joceli. Ela relata que os alagamentos se intensificaram desde 2011, quando foi feita a reestruturação do córrego Prosa.

O advogado Márcio Medeiros, 48 anos, que também mora na Travessa Junin, relata que há anos não acontecia alagamento tão grave. “Mas é frequente o transtorno por conta da chuva”, diz. Ele vedou a porta num recurso contra a enchente e também é privilegiado pela geografia, pois o imóvel fica num ponto mais alto da via.

Na avenida Marquês de Herval, bairro Nova Lima, região Norte da Capital, a quarta-feira também é dia de enfrentar a lama deixada nos imóveis invadidos pelas águas de março. “Alagou minha casa. Está tudo sujo. Foi pior do que a outra vez”, afirma a manicure, Marta Cipriano, 50 anos. Nos fundos do imóvel, o muro já havia sido derrubado pela chuva no mês passado. “É sempre assim toda vez que chove. Não dá nem para comprar móvel novo ”, reclama,

Ela conta que não teve tempo de deixar o imóvel e ficou esperando a água baixar. O agricultor Odilson Pereira, 46 anos, mora no bairro desde 1981 e culpa a pavimentação pelos problemas de alagamentos. “Nossa casa ficou no buraco depois que fizeram esse asfalto, não tenho condições de fazer o aterro”, diz. Segundo ele, o asfalto foi feito em nível bem acima do das casas. Odilson também afirma que a tubulação é fina e não suporta a vazão da água.

Geografia do temporal - A chuva da madrugada de hoje foi mais forte na região do Parque dos Poderes, com volume de 92,6 milímetros. Conforme o meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão, o total representa 57% da média prevista para todo o mês na cidade.

Também choveu forte na região dos bairros Universitário e Moreninha, com 77 milímetros. Já no Alphaville, região Norte, o volume foi de 55 milímetros. Conforme o meteorologista, o esperado para o mês é de 162 milímetros.

Marta reclama que casa foi alagada e tomada pela lama. (Foto: Marcos Ermínio)
Marta reclama que casa foi alagada e tomada pela lama. (Foto: Marcos Ermínio)
"Nossa casa ficou no buraco depois que fizeram esse asfalto", desabafa Odilson. (Foto: Marcos Ermínio)
"Nossa casa ficou no buraco depois que fizeram esse asfalto", desabafa Odilson. (Foto: Marcos Ermínio)
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