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Capital

Pego com celular na cela, delegado preso por assassinato é transferido

Fernando Araújo estava no Presídio Militar de Campo Grande e foi levado para a 3ª Delegacia de Polícia Civil depois do flagrante

Geisy Garnes | 07/02/2020 19:20
Delegado foi preso durante operação do Garras (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)
Delegado foi preso durante operação do Garras (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

O delegado da Polícia Civil Fernando Araújo da Cruz Junior, preso no início do ano passado por assassinar um boliviano dentro de uma ambulância, foi transferido para a 3ª Delegacia de Polícia Civil após um celular ser encontrada dentro da cela em que ele estava no Presídio Militar de Campo Grande.

Fernando Araújo foi preso em Corumbá – cidade a 419 quilômetros da Capital – no dia 29 de março de 2019. Por ser delegado, foi transferido para o Presídio Militar onde permaneceu na companhia de presos militares e com diploma de nível superior.

Conforme apurado pelo Campo Grande News, a situação mudou após um celular ser encontrado dentro da cela em que Fernando estava. Apesar do dono do aparelho “não ser identificado”, o juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar de Campo Grande, decretou a transferência do delegado, com urgência, para a 3ª Delegacia de Polícia Civil.

Segundo a decisão, Fernando fica na cela da unidade policial por tempo indeterminado.

Entenda – O processo sobre o assassinato do boliviano Alfredo Rangel Weber, de 48 anos, é analisado na 1ª Vara Criminal de Corumbá. O crime aconteceu no dia 23 de fevereiro do ano passado depois de uma briga nas eleições para presidente da associação de agropecuaristas na Bolívia, onde o sogro de Fernando, Asis Aguilera Petzold (o atual prefeito da cidade de El Carmen), concorria ao cargo.

Alfredo, que apesar do envolvimento com o narcotráfico, era conhecido como pecuarista na região, participou das eleições e lá encontrou Sílvia Aguilera, que foi casada com seu ex-sócio, mas já estava com Fernando há algum tempo.

Ao ver a mulher, Alfredo teria cobrando dívidas do ex-marido dela e ameaçado os filhos do casal de morte. Os dois discutiram e a confusão foi separada por Asis, que ao lado do delegado, sentou-se em uma mesa para conversar com Alfredo. Aproveitando o momento de distração, Fernando esfaqueou as costas de Alfredo. O homem foi levado para um hospital local, mas devido a gravidade transferido para Corumbá.

Já em território sul-mato-grossense a ambulância foi fechada por uma caminhonete preta, cabine simples, mesmo veículo que Fernando dirigia na época. O motorista desceu do veículo, foi até o veículo, abriu a porta e atirou quatro vezes. Três tiros atingiram a cabeça da vítima, um deles o tórax. Sem ter o que fazer, o motorista voltou com o corpo para o país vizinho.

Principal suspeito do crime na Bolívia, Fernando, que era titular da DAIJI (Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e do Idoso) de Corumbá, também se tornou alvo da polícia brasileira.

Durante as investigações, a DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crime de Homicídio) e a Corregedoria de Polícia Civil descobriram que o delegado mandou modificar a caminhonete, sumir com a arma usada no crime e ainda pagou autoridades paraguaias para “se livrar” das acusações. Na tentativa de escapar da prisão, intimidou testemunhas e até “planejou” um atentado a policiais que trabalhavam no caso.

No dia de sua prisão, feita em uma operação que envolveu Corregedoria, DEH, Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e policiais de Corumbá, Fernando ainda tentou quebrar o próprio celular. Ainda assim, várias conversar comprovando os crimes e até ordens para a disseminação de informações falsas para despistar a investigação, foram encontradas no aparelho. 

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