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Capital

Perícia complementar acha sinal de punhos amarrados em morto no Inferninho

Leandro Pereira Florenciano e Agnaldo Freire de Mariz estão presos pela morte de Gleison da Silva Abreu

Marta Ferreira | 26/05/2021 19:58
Leandro, à esquerda, e Agnaldo, à direita, tiveram prisões temporárias por assassinato renovadas em mais 30 dias. (Foto: Reprodução das redes sociais)
Leandro, à esquerda, e Agnaldo, à direita, tiveram prisões temporárias por assassinato renovadas em mais 30 dias. (Foto: Reprodução das redes sociais)

A Justiça prorrogou a prisão temporária de Leandro Pereira Florenciano, 35 anos, e Agnaldo Freire de Mariz,  48 anos, que estão atrás das grades há 30 dias pela morte de Gleison Abreu da Silva, 25 anos, descoberta no dia 1º de maio do ano passado, quando o corpo foi achado.

Para a decisão, pesaram mentiras de Leandro durante depoimentos à Polícia Civil e, ainda, a informação de laudo pericial complementar indicando que a vítima teve as mãos amarradas antes de ser jogada nas pedras da cachoeira do Inferninho, na saída Rochedo. Esse dado é novo na apuração.

Na decisão prorrogando  o prazo de prisão, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, observa a constatação da perícia técnica, ao fazer segunda análise do local do crime. Pelo levantamento técnico, a vítima foi amarrada pelos punhos, pois havia sinais compatíveis com esse tipo de violência, não apontados anteriormente. Foram usadas fotografias para chegar a essa conclusão.

Corpo de Gleison foi achado entre as pedras da cachoeira do Inferninho. Perícia complentar identificou sinais de amarradura pelos punhos. (Foto: Henrique Kawaminami)
Corpo de Gleison foi achado entre as pedras da cachoeira do Inferninho. Perícia complentar identificou sinais de amarradura pelos punhos. (Foto: Henrique Kawaminami)

O juiz também acatou a solicitação do delegado responsável pelo inquérito, Carlos Delano, ao considerar a confrontação de declarações de Leandro em oitivas com intervalo de um ano. Entre as duas falas, uma livre e outra preso, o acusado apresentou incongruências, mentiras na linguagem popular.

São citadas diversas mudanças na fala de Leandro de um interrogatório para outro, segundo a investigação jornalística do Campo Gande News. Os dois depoimentos dados na DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) foram gravados em vídeo.

Quando conversou pela primeira com o delegado, sem ser considerando suspeito ainda, Leandro afirmou ter ficado sabendo pela família de Gleison da morte e não ter estado com o rapaz nos dias próximos ao desaparecimento, ocorrido em 30 de abril de 2020. Negou relacionamento além de amizade, ou negócios em comum.

Na segunda vez, já preso, contou outra história. Admitiu, diferente de um ano atrás, estar ajudando o rapaz asssassinado em esquema parecido com pirâmide financeira. Disse, além disso, que estava traindo o marido com Gleison e atribuiu o crime ao companheiro, Emerson Borcheidt, 33 anos.

Emerson já estava morto quando veio essa acusação. Cometeu suicídio no dia das buscas e da prisão de Leandro.

Outros crimes – A prorrogação da temporária vai ser usada para conclusão do inquérito do caso. Ainda há, segundo apurado, dados telemáticos, de celular e vida digital dos acusados, a serem analisados. Existe, ainda, o receio de que, soltos, os dois prejudicassem a apuração.

A suspeita policial é de que Leandro matou Gleison para ficar com o dinheiro de golpe aplicado na vítima.

Ambos também estão presos preventivamente em outros inquéritos.

Agnaldo, suspeito de ajudar Leandro no dia do crime, foi preso em 26 de abril por tráfico de drogas. Ele é apontado como integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Leandro Florenciano está encarcerado preventivamente, sem prazo portanto para soltura, em investigação da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), por acusação de estupro contra menino de 8 anos, com o qual ele e o marido conviviam rotineiramente.

Definido como "predador sexual" por policiais, é suspeito de abusar de meninos  em contatos pela internet.

Os dois estão na carceragem do Cepol (Centro de Polícia Especializada) em Campo Grande.



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