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Capital

PF prende diretor do Hospital do Câncer por porte ilegal de armas

Aline dos Santos e Luciana Brazil | 19/03/2013 11:30
Médico foi preso e dinheiro apreendido. (Foto: Marcos Ermínio)
Médico foi preso e dinheiro apreendido. (Foto: Marcos Ermínio)

A operação Sangue Frio, realizada nesta terça-feira pela PF (Polícia Federal), acabou com a prisão em flagrante do médico Adalberto Abrão Siufi, diretor-geral do Hospital do Câncer. O motivo foi porte de arma. Na casa dele, no jardim Autonomista, em Campo Grande, os policiais apreenderam espingarda e revólver, num total de 4 armas.

De acordo com Renê Siufi, advogado e primo do médico, a ordem de prisão foi dada na superintendência da PF. “Saímos juntos da casa, fomos no meu carro”, conta o advogado, reafirmando que Adalberto não saiu preso da residência.
No fim da manhã, o advogado aguardava que fosse definido o valor da fiança.

Na casa do médico, foram apreendidos ainda R$ 6 mil e 2 mil dólares. De acordo com Renê, o primeiro valor é para o pagamento de funcionários.

Na operação, foram presas outras duas pessoas. Porém, os nomes não foram divulgados. A ação investiga os crime de formação de quadrilha, corrupção passiva, peculato e fraude em licitações. Os alvos foram o HU (Hospital Universitário) de Campo Grande, Hospital do Câncer, empresas que possuem contratos com as instituições e escritório de contabilidade.

Adalberto Abrão Siufi é ex-diretor de oncologia do HU e um dos proprietário da Neorad, empresa que atende os dois hospitais.

No Hospital do Câncer, as equipe da PF e da CGU (Controladoria-Geral da União)chegaram às 6h. Eles percorreram toda a unidade. No setor de quimioterapia, onde a média diária é de cem atendimentos, a responsável pelo setor de faturamento foi questionada sobre controle dos pacientes e APACs (Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade/Custo).

Na semana passada, o MPE (Ministério Público Federal) acionou a Justiça para pedir o afastamento dos diretores do Hospital do Câncer. A unidade mantém contrato com a empresa cujo um dos proprietários é Siufi, cobrou por atendimento a paciente morto e remunera parentes do diretor com altos salários.

Outro detalhe é que a Neorad recebia tabela SUS (Sistema Único de Saúde) mais 70%. Em quatro anos, foram R$ 12 milhões. Em 2011, o hospital recebeu R$ 15,4 milhões de recurso público.

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