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Capital

PF que elaborou dossiê de fazendeiro também é preso em ação contra milícia

O policial federal Everaldo Monteiro de Assis foi preso por policiais federais por força de mandado de prisão

Viviane Oliveira | 27/09/2019 08:51
Presos durante a operação chegando na sede do Garras (Foto: Marina Pacheco)
Presos durante a operação chegando na sede do Garras (Foto: Marina Pacheco)

O policial federal Everaldo Monteiro de Assis, suspeito de vazar informações de um sistema da polícia para milícia, foi preso na manhã desta sexta-feira (27) em Bonito, distante 257 quilômetros de Campo Grande, durante a Operação Ormetà, que mira os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho. Além do PF, quatro policiais civis já foram presos na ação. 

Conforme o delegado Fábio Peró, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), o PF foi preso por policiais federais por força de mandado de prisão temporária de 30 dias. Perícia realizada no pen drive apreendido com o guarda municipal Marcelo Rios, preso no dia 19 de maio com um arsenal - que pode estar ligado a crimes de pistolagem - revelou arquivos com devassa sobre a vida do fazendeiro Edilson Francischinelli da região de Bonito

Imagens mostram pesquisa por meio de consulta ao Renach (Registro Nacional de Carteira de Habilitação), Receita Federal e Sinic (Sistema de Informações Criminais). O dossiê foi realizado pelo policial federal Everaldo e divulgado no dia 8 de julho. 

Ao denunciar o guarda à Justiça pela posse das armas, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), braço do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), apontou que "não passa despercebido que várias das execuções ocorridas recentemente em Campo Grande foram perpetradas com fuzis calibre .762, que é uns dos apreendidos em poder do denunciado".

Foram três mortes com fuzil AK47: Ilson Martins de Figueiredo (policial militar reformado e então chefe da segurança da Assembleia Legislativa), Orlando da Silva Fernandes (ex-segurança do narcotraficante Jorge Rafaat) e universitário Matheus Coutinho Xavier (a suspeita é de que o alvo fosse seu pai, um policial militar reformado).

Documento anexado a processo mostra que pen drive tinha dossiê sobre produtor rural. (Foto: Reprodução)
Documento anexado a processo mostra que pen drive tinha dossiê sobre produtor rural. (Foto: Reprodução)

Operação - Ao todo, são 23 ordens de prisões: sendo 13 mandados de prisão preventiva e 10 mandados de prisão temporária em Campo Grande. A força-tarefa ainda cumpre 21 mandados de busca e apreensão. Os crimes investigados são organização criminosa atuante na prática dos crimes de homicídio, milícia armada, corrupção ativa e passiva. A operação é realizada pelo Gaeco, força-tarefa da Polícia Civil que investiga as execuções na Capital, Garras, Batalhão de Choque e Bope.

Nome da operação, Ormetà é um código de honra da máfia italiana, que faz voto de silêncio. Conforme apurado pela reportagem, Jamil Name e Jamil Name Filho foram presos em condomínio de luxo no Jardim São Bento. Jamil Name é o empresário para quem trabalhava o então guarda municipal Marcelo Rios.

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