Polícia faz buscas por homem que tentou matar esposa atropelada

A Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) está fazendo buscas para encontrar Michel Geraldo Amorim, 30 anos. No sábado (22), ele atropelou a mulher de 35 anos com um guincho na Rua Querubina García Nogueira, no Bairro Universitário, em Campo Grande, e ainda ateou fogo na própria casa onde moravam.

Em coletiva na tarde desta segunda-feira (24), a delegada, Maíra Pacheco, declarou que estão com equipes nas ruas fazendo diligências em busca do autor que fugiu logo após o crime, e também intimando novas testemunhas do caso.

“Abrimos hoje o inquérito policial. Não temos muitos detalhes porque a vítima ainda está no hospital, ela prestou depoimento, mas por conta do estado de saúde não temos maiores informações”, disse Maíra.

Sobre a motivação do crime, a delegada explicou que tudo o que se sabe é que houve um desentendimento entre o casal por ciúmes na noite anterior ao atropelamento, no entanto, reforçou que ainda estão sendo feitas diligências para maiores informações. A polícia já representou pela prisão preventiva de Michel.

O caso - Na noite anterior ao crime, na sexta-feira (21), o casal estava comemorando o aniversário da vítima em uma conveniência. Michel começou a ficar agressivo e a mulher então decidiu ir para a casa que tem com a irmã, onde passou a noite. Na manhã de sábado (22), percebeu que o celular de Michel ficou na bolsa dela, então pegou a motocicleta e foi até a residência do casal para devolver.

Ao ver a vítima, o homem então acreditou que ela estava em uma festa e já passou a dar tapas. A mulher pegou a moto para ir embora, mas acabou atropelada pelo caminhão-guincho, conduzido pelo autor. Conforme os vizinhos, o homem ainda desceu do veículo com uma arma em punho, dizendo que a esposa havia recebido o que merecia. Em seguida, ele fugiu do local no caminhão.

Michel já havia atropelado a esposa há cerca de seis meses atrás. Ele chegou a ficar preso pelo crime e usaria uma tornozeleira eletrônica atualmente. A mulher foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros Militar e levada para a Santa Casa de Campo Grande, consciente e orientada, mas com ferimentos no ombro.

Após o crime, a casa foi incendiada, contudo, a polícia não confirma se foi Michel que ateou fogo. Equipe dos bombeiros usou cerca de 2 mil litros de água para apagar as chamas que atingiram três cômodos da residência. Conforme a Santa Casa, ela segue internada na enfermaria, consciente, orientada, respirando sem ajuda de aparelhos. A mulher apresenta fratura nos arcos costais e membro inferior esquerdo.

Ligação  -  A cunhada de Michel, que não quer ser identificada, disse que os dois viveram três anos de relacionamento turbulento. “O passado dela com ele não era bom, já era de agressão, era muito ciumento, ela também”, disse.

Ela ainda relembrou o episódio em que Michel atropelou a moto da mulher com o carro e a agrediu. Depois disso, foi denunciado e passou a usar tornozeleira eletrônica. Dessa vez, foi avisada por ele sobre a nova agressão. Depois da ligação, foi até o local do atropelamento, no Bairro Universitário e encontrou a irmã ferida.

 “Cheguei lá e vi toda quebrada: quebrou tórax, costela, tornozelo, com corte profundo no braço, imagina, um caminhão passar por cima, vai ficar como? Acabou com ela”. A mulher disse ao Campo Grande News que também recebeu vários áudios dele, em que dizia que o ato era um "presente", já que a vítima fez aniversário de 35 anos no dia anterior.

 Testemunhas disseram a ela como aconteceu o atropelamento. Michel Gomes usou caminhão-guincho da empresa em que trabalha, no Jardim Noroeste. Ele ainda deu ré no caminhão para atingir a mulher novamente. Só não conseguiu pois outro condutor parou o veículo atrás, impedindo que ele conseguisse fazer a manobra.

 Após o crime, a casa foi incendiada, contudo, a polícia não confirma se foi Michel que ateou fogo. Equipe dos bombeiros usou cerca de 2 mil litros de água para apagar as chamas, que atingiram três cômodos da residência.

Pelo Facebook, Michel Gomes avisou a cunhada que iria à polícia se entregar, acompanhado de advogado. Por isso, ela foi cedo até a sede da Deam, mas não o encontrou. “Acho que não vai não, ele é um covarde mentiroso”.

Mesmo sabendo do histórico do casal, ela diz que jamais esperou esse desfecho. “Nunca imaginei que ele fosse passar em cima dela com caminhão, ainda mais ligar para falar que matou ela; ele acabou com minha família”.