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Capital

Polícia intervém e encerra protesto; moradores prometem retornar amanhã

Nyelder Rodrigues | 19/10/2016 20:15
Bloqueio feito pelos moradores foi encerrado após a chegada de reforço policial (Foto: Direto das Ruas)
Bloqueio feito pelos moradores foi encerrado após a chegada de reforço policial (Foto: Direto das Ruas)

Os trabalhadores e moradores que fecharam a rua Catiguá, no Jardim Canguru, no fim da tarde desta quarta-feira (19) em Campo Grande, se retiraram do local e encerraram o protesto após intervenção de equipes do BPChoque (Batalhão de Polícia Militar de Choque). Apesar disso, eles prometem fechar a rua novamente amanhã (20).

De acordo com a moradora Edileuza Luiz, nenhum representante da Morhar Organização Social apareceu no local para conversar com os manifestantes. "Não apareceu ninguém, só a polícia, que nos tirou de lá. Mas vamos retornar amanhã às 8h", frisa.

A ONG, em convênio com a prefeitura de Campo Grande, ficou responsável pela construção de 300 casas para ex-moradores da favela Cidade de Deus, que ficava no bairro Dom Antônio Barbosa. Por sua vez, a Morhar teria que repassar materiais para os moradores e pagar salários para outros construírem as próprias casas.

Entretanto, esse pagamento e repasse de materiais está atrasado há dois meses, situação que faz com que as pessoas prejudicadas façam protestos nas ruas. Ontem (18), o protesto fechou a BR-262, perto do lixão.

"Disseram que viriam negociar com a gente às 15h, mas nada", ressalta Edileuza. Durante o protesto, um homem foi esfaqueado próximo dali, porém o caso não tinha relação com a manifestação, se tratando de uma briga em que um homem de 60 anos foi esfaqueado no braço pelo inquilino, que fugiu logo depois de cometer o crime.

Realocados – Desde março, 314 famílias que viviam na favela Cidade de Deus, próxima ao lixão de Campo Grande, vivem em três áreas nos bairros Vespasiano Martins, Canguru, Teruel e Bom Retiro, depois de uma decisão da Justiça.

Nos locais, foi implantado o programa "Mutirão Assistido", que consiste na construção de casas, onde a prefeitura banca 40% da construção e o morador pagará os 60% restantes parcelados junto ao valor do terreno.

Cada casa custa R$ 12 mil e o terreno onde as famílias foram instaladas R$ 24 mil. A Emha (Agência Municipal de Habitação) deve fazer a regularização das áreas e o valor poderá ser pago pelas famílias em 300 parcelas de R$ 120.

Em julho, o prefeito Alcides Bernal (PP) lançou algumas moradias sem forro, reboco e com as instalações hidráulicas aparentes. Esta é a realidade da maioria das "residências".

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