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Capital

Por dia, delegacia da Capital recebe em média 8 crianças para falar de abuso

No primeiro semestre de 2021, a DEPCA coletou depoimento de 1.454 meninos e meninas

Anahi Zurutuza | 16/07/2021 15:37
Nesta manhã, idoso de 83 anos foi preso por estupro de criança (Foto: Henrique Kawaminami)
Nesta manhã, idoso de 83 anos foi preso por estupro de criança (Foto: Henrique Kawaminami)

No primeiro semestre de 2021, a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) de Campo Grande recebeu 1.454 meninos e meninas para relatar maus-tratos e violência sexual em depoimentos especiais, coletados com auxílio do Setor Psicossocial. São em média 8 declarações por dia.

A estatística assusta porque, no mundo ideal, tais situações narradas por essas crianças e adolescentes não ocorreriam nem em pensamento. “É um número alto. Assustador sim. Mas, tá aí a violência doméstica que não deixa a gente mentir. O fenômeno da violência intrafamiliar é muito forte e as vítimas são as mulheres, crianças, adolescentes, os vulneráveis dentro de casa”, afirma a delegada Marília de Brito Martins, titular da Depca.

Os depoimentos especiais são coletados não só das vítimas, mas também de garotos e garotas que testemunham crimes. “Mas 80% são vítimas”, ressalta da delegada.

Também nos 180 primeiros dias do ano, a DEPCA instaurou 469 novos inquéritos policiais para investigar abusos contra crianças e adolescentes e concluiu outros 524. Dos 1.131 boletins de ocorrência registrados, 541 são resultado de denúncias feitas por meio do Disque 100.

Operação – Além do trabalho cotidiano, a DEPCA coordenou nos últimos dias força-tarefa com objetivo de levar para a cadeia criminosos sexuais condenados por abusos cometidos contra meninas e meninos. Durante a Operação Acalento, que começou em 4 de junho e teve hoje o “Dia D”, 76 pessoas foram presas em Mato Grosso do Sul e 31 medidas protetivas foram decretadas.

A ação faz parte de uma operação programada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Seopi (Secretaria de Operações Integradas), em parceria com o MMFDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) com o objetivo de combater crimes de violência contra crianças e adolescentes nos 26 estados e no Distrito Federal.

Nesta sexta, irmãos, pais, padrastos, avôs, pedreiro e até marido de babá preencheram a lista de alvos da Operação Acalento. Entre as histórias, vítimas de todas as idades, assim como presos, que vão de adolescente a idoso de 83 anos.

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