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Capital

Prefeito ameaça trocar secretário de Saúde após nova "batida" em UPA

Dois clínicos faltaram ao trabalho e não apresentaram justificativa; prefeito disse que "não tem mais o que fazer" e, em tom irônico, disse que poderia "trocar secretário e adjunto"

Silvia Frias e Mayara Bueno | 21/02/2019 16:38
Marquinhos Trad conversa com pacientes na UPA Vila Almeida: espera de mais de uma hora por atendimento (Foto: Mayara Bueno)
Marquinhos Trad conversa com pacientes na UPA Vila Almeida: espera de mais de uma hora por atendimento (Foto: Mayara Bueno)

Com dois médicos a menos na escala de plantão da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida, pacientes reclamaram da demora no atendimento. A situação foi flagrada pelo prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), que em tom irônico e de desabafo ameaçou até fazer mudanças na Saúde. “Sinceramente, não tem mais o que fazer (...) agora, é só trocar a equipe: secretário, adjunto, para ver se outro que entra imprime mais ritmo”.

A equipe do Campo Grande News encontrou vários pacientes que aguardavam atendimento há mais de uma hora, como a atendente Graziele Pereira Moreira, 22 anos, que chegou às 13h05 com a filha. A bebê teve febre ontem e hoje, após exame, seria submetida a consulta, mas, até 14h40, não havia sido atendida.

Ela mora no Jd. Carioca, mas passou pelo Jd. Los Angeles até chegar à UPA da Vila Almeida, em busca de médico. “A unidade mais próxima era do Serradinho, mas também não tinha pediatra lá”.

Uma mulher de 52 anos, que não quis se identificar, buscava atendimento para o filho de 10 anos e também estava na UPA desde às 13h. A cozinheira Aparecida do Carmo Osório Pereira, 52 anos, estava com o marido, com suspeita de enfarto, aguardando consulta há 1h30.

Pacientes na fila da UPA Vila Almeida (Foto: Mayara Bueno)
Pacientes na fila da UPA Vila Almeida (Foto: Mayara Bueno)

Vários pacientes relataram ao Campo Grande News que a “fila andou” depois da chegada do prefeito, por volta das 14h20.

Trad recebeu informação de que dois clínicos faltaram ao trabalho e não apresentaram justificativa. Entre ironia e desabafo, disse que cada um dá uma explicação, mas que o sistema não está funcionando.

“Agora, é só trocar a equipe: secretário, adjunto, para ver se outro que entra imprime mais ritmo”. O prefeito disse que irá fazer reunião com a equipe e pedir que o secretário (Marcelo Vilela), a adjunta (Andressa de Lucca Bento) e o coordenador de regulação, Yamma Higa, comecem a fazer as visitas-surpresa nas unidades.

Higa, que estava acompanhando o prefeito, disse que hoje a UPA Vila Almeida deveria ter, hoje, quatro clínicos e cinco pediatras. Com a falta dos profissionais, outros dois foram deslocados para cobrir a escala. Ele disse que a demanda esse mês aumentou 12%, decorrente dos casos de dengue e/ou virose.

O coordenador avalia que 85% a 87% dos casos poderiam ser resolvidos na UBSF (Unidade Básica de Saúde Familiar) que funciona até 19h. “As pessoas ainda não confiam que vão conseguir atendimento”.

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