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Capital

Prefeitura da Capital vai propor que seja implantado novo macroanel na BR-163

Pedido é por conta do crescimento da cidade e fluxo pesado de carretas que dividem espaço com carros

Mirian Machado | 06/06/2022 12:26
Trecho do macroanel na BR-163, em Campo Grande. (Foto: Divulgação/PMCG)
Trecho do macroanel na BR-163, em Campo Grande. (Foto: Divulgação/PMCG)

Uma das exigências para a nova concessionária que administrará a BR-163, em Mato Grosso do Sul, é de que seja implantado um novo macroanel, que ligará as saídas para São Paulo e Cuiabá. O pedido é da Prefeitura Municipal de Campo Grande por conta do crescimento da cidade e fluxo pesado de carretas e caminhões que dividem espaço com carros de passeio. A licitação será lançada em 2023.

A prefeitura propôs à EPL (Empresa de Planejamento e Logística ), estatal responsável por formatar os editais de licitação das privatizações e concessões federais, que entre as exigências de investimento da futura concessionária para a rodovia, seja incluído o novo macroanel, que atualmente tem trecho de 25 km.

O trecho, segundo o secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos, Rudi Fiorese, seria desde a rotatória da entrada da cidade na saída para São Paulo, atravessaria a MS-040, prosseguirá até a BR-262 (saída para Três Lagoas), na altura do condomínio Terras do Golfe, avançaria contornando o Jardim Noroeste e a Chácara dos Poderes até chegar ao extremo norte da Capital, se conectando à rotatória que está sendo implantada na saída para Cuiabá. Neste ponto, voltará a se conectar com a BR-163 e com o trecho do anel que dá acesso à MS-010 (Rochedinho), MS-040 (saída para Rochedo) e às saídas para Aquidauana (BR-262) e Sidrolândia (BR-060).

A extensão exata só será apurada quando o projeto executivo for feito, porém a princípio o trajeto proposto tem aproximadamente 30 km. “Os custos da elaboração do projeto, as desapropriações e da obra serão bancados pelo grupo que vier a vencer a licitação e assumir a administração da rodovia”, explica o secretário Rudi Fiorese.

Mapa mostra o macroanel, rota que contorna Campo Grande atualmente. (Imagem: Reprodução/Google Maps)
Mapa mostra o macroanel, rota que contorna Campo Grande atualmente. (Imagem: Reprodução/Google Maps)

Hoje, o macroanel está praticamente ‘dentro’ da cidade. Começa na saída para São Paulo, contorna a Moreninha, Jardim Itamaracá, Parque dos Poderes, condomínios fechados e termina numa rotatória perto do Jardim Colúmbia. Além do tráfego pesado de caminhões e carretas em meio a veículos de passeio, tem a projeção, com base na expectativa de crescimento da cidade, de que o movimento aumente ainda mais nos próximos anos. Na região da Chácara dos Poderes, por exemplo, estão em implantação novos empreendimentos imobiliários e a abertura do novo acesso às Moreninhas a partir do Jardim Itamaracá, o que certamente vai estimular a ocupação de vazios urbanos existentes no entorno.

Segundo a atual administradora da rodovia, CCR MSVia, nos últimos 6 anos, houve um aumento de 24% no fluxo diário pela BR-163 apenas neste trecho entre a Avenida Gury Marques e a rotatória da saída para Cuiabá. Antes, eram 9.983 veículos por dia e, atualmente, 12.420 veículos passam pelo macroanel.

A empresa esclareceu que não participará da relicitação do trecho sul-mato-grossense por vedação legal.

Reunião em Brasília onde proposta foi apresentada. (Foto: Divulgação)
Reunião em Brasília onde proposta foi apresentada. (Foto: Divulgação)

Em Brasília - A proposta foi apresentada na semana passada em Brasília pelo secretário municipal da Sisep, Rudi Fiorese, e a subsecretária de Gestão e Projetos Estratégicos, Catiana Sabadin, ao diretor de Gestão da EPL, Marcelo Guerreiro Caldas.

A licitação será lançada em 2023 e está programada para o segundo semestre a realização de audiência pública em Campo Grande. Será um espaço para os municípios que estão no trajeto da rodovia apresentarem suas demandas. A rodovia corta o território sul-mato-grossense por 847 km, trajeto que começa em Mundo Novo e vai até Sonora, na divisa com o estado de Mato Grosso.

Além da construção do novo macroanel, a prefeitura também propôs como uma das exigências de investimento, a drenagem e pavimentação dos acessos à área para onde serão realocados os comerciantes e produtores. Hoje, eles mantêm barracas de comercialização às margens do trecho do núcleo urbano do distrito que está no planejamento de duplicação da BR-163.

Macroanel - O macroanel por completo ainda está em fase de acabamento. Previsto para terminar em cinco meses, mais precisamente final de agosto, o trecho chamado Anel Rodoviário Doutor Ricardo Trad liga a MS-010 (saída para Rochedinho) à BR-163.

A obra foi iniciada há 10 anos, foi destravada, mas dependia do aval da agência reguladora dos transportes terrestres. Ano passado, após dois anos de gestão da prefeitura, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou o DNIT a executar a obra. A construção podia ser feita pelo município, porque está na faixa de domínio da rodovia administrada pela CCR, uma concessionária privada.

Para retomar em 2018 as obras do macroanel, paradas desde 2014, a prefeitura de Campo Grande teve de fazer readequações no projeto e negociar junto ao Governo Federal a suplementação de recursos para custear intervenções que não estavam previstas no convênio original, firmado em 2009.

O setor norte do macroanel foi projetado para ligar as saídas de Cuiabá e Aquidauana (BR-262), passando pelas saídas de Rochedinho e Rochedo (etapa em execução). Os caminhões de cargas que tenham como destino o núcleo industrial do Indubrasil ou a saída de São Paulo terão uma alternativa de tráfego sem passar pelo Centro da cidade. A gestão também retomou a implantação do trecho final do macroanel, extensão da BR-060, entre as saídas para Rochedo (MS-080) e Cuiabá, passando pela MS-010 (saída para Rochedinho). Foram construídas duas rotatórias na confluência com as duas rodovias estaduais.

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