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Capital

Prefeitura e Solurb não entram em acordo para solucionar problema dos catadores

Paulo Yafusso e Thiago de Souza | 22/03/2016 16:18
No protesto de ontem a tarde, clima chegou a ficar tenso com a presença da Polícia Militar e Guarda Municipal (Foto: Fernando Antunes)
No protesto de ontem a tarde, clima chegou a ficar tenso com a presença da Polícia Militar e Guarda Municipal (Foto: Fernando Antunes)

Mais uma vez a divergência entre a Prefeitura e a CG Solurb, responsável pela coleta e tratamento de lixo em Campo Grande, está sendo o principal entrave para a solução do problema envolvendo os catadores de material reciclável que vivem na região do lixão. Durante a reunião na sede do Ministério Público do Trabalho (MPT) na tarde de hoje (22), essa situação foi evidenciada pelo próprio procurador do Trabalho, Paulo Douglas, que convocou o encontro.

Na sala, além do procurador, cerca de 40 catadores, Élcio Terra, representante da Solurb, o procurador-geral da Prefeitura, Denir Nantes, e a presidente da Agência Municipal de Regulação (Agereg), Ritva Vieira. Em vários momentos, o clima ficou tenso, quando os trabalhadores discordaram do que o representante da concessionária afirmava.

Todos os participantes da reunião concordam apenas que a solução para o problema seria a ampliação da estrutura da Usina de Tratamento de Resíduos Sólidos (UTR). O problema é que a Solurb diz que para aumentar a coleta de material precisaria receber da Prefeitura. Ritva Vieira afirmou que isso não seria possível, porque o contrato está sub-júdice, enquanto Denir Nantes disse que a dificuldade estaria no fato de que isso não consta no contrato de concessão.

Segundo Élcio Terra, se houver acordo, em três semanas a empresa já poderá aumentar a coleta de material reciclável. Os catadores afirmam que na UTR já trabalhavam 88 pessoas e depois que a Justiça proibiu a presença deles no lixão, outros 80 passaram a trabalhar na Usina, mas a quantidade de material para eles trabalharem é insuficiente para garantir renda para todos eles.

Ontem, por causa dessa situação, os catadores de material reciclável bloquearam pela manhã a BR-262, próximo ao lixão, e a rodovia só foi liberada depois da intervenção do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Mas depois, no início da tarde, eles bloquearam a estrada que liga a UTR à BR, colocando fogo em móveis velhos e madeira em sete pontos. A manifestação só terminou depois que o procurador do Trabalho convocou a reunião que está ocorrendo nesta tarde.

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